RECLAMAÇÕES

Vigias geram problemas ao apitarem durante a madrugada no Coester

Vigias geram problemas ao apitarem durante a madrugada no Coester

Sabe aquela noite em que você está quase pegando no sono e aí, de repente: “prii-prii prii-prii”

Sabe aquela noite em que você está quase pegando no sono e aí, de repente: “prii-prii prii-prii”

Publicada há 5 anos

                        Vigias causam transtornos ao apitarem durante a madrugada


Breno Guarnieri

O costume dos vigias noturnos de apitarem durante a ronda pelos bairros tem gerado transtornos à população de Fernandópolis, mais precisamente no bairro Coester, zona leste do município. O silêncio da noite nas ruas quase desertas é cortado pela sirene ou apito. O barulho avisa aos moradores que o vigilante noturno está na área. 

Daniel Carvalho é um desses profissionais há 6 anos. Para ele, a sirene tem os prós e os contras. “Um dos aspectos negativos é se tiver alguém roubando, o suspeito escuta a sirene e pode ficar escondido, esperando o vigia passar. Os colaboradores pedem para eu buzinar quando passo, mas eu sou contra”, salienta.

Segundo o professor Manoel Padilha, 36 anos, o barulho tem tirado o sono de alguns moradores. Padilha está inconformado com os transtornos. “O barulho da sirene não é esporádico, é toda noite e o período varia às vezes de meia em meia hora”, destaca. 

“Essa ação é uma violação da ordem pública e acaba acarretando um problema maior que é de saúde publica, quando as pessoas não têm o sossego assegurado, o descanso e acabam sendo prejudicadas na sua vida diária”, completa o engenheiro civil Marcelo Carvalho, 40 anos, também morador no Coester. Ele ainda acrescenta que em determinada ocasião acionou até a Polícia Militar, mas que os policiais não puderam fazer nada. 

Legislação

De acordo com o advogado Ricardo Nogueira, o barulho excessivo dos vigilantes pode desrespeitar a lei. “É contravenção quando um morador se incomoda e passa a reclamar. O artigo 42 é muito claro, a perturbação do sossego se caracteriza como exercer profissão ruidosa ou fazer barulho que perturbe o sono de alguém. Quem descumprir está sujeito à pena de prestação de serviço à comunidade ou doação de cesta básica”, explicou.

Segurança

Há moradores que não abrem mão do aviso. Há 3 anos, a vendedora Carla Dias, 29 anos, paga o serviço de vigilância particular. Ela conta que toda vez que ouve o barulho, fica mais aliviada. “Se ele não apitar, eu não sei se ele veio trabalhar ou não, porque eu não vou ficar no portão para ver o vigia passar”, afirmou.

Para ela, o alerta não é apenas para os moradores. “Além do morador, ele alerta também a pessoa que está mal intencionada a cair fora, porque o suspeito fica ciente de que alguém está vigiando”, concluiu.

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