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Governo paulista demora para convocar e 38% dos nomeados desistem de tomar posse

Governo paulista demora para convocar e 38% dos nomeados desistem de tomar posse

As pessoas foram se realocando no mercado, optaram por outra carreira ou arrumaram emprego, afirma presidente

As pessoas foram se realocando no mercado, optaram por outra carreira ou arrumaram emprego, afirma presidente

Publicada há 4 anos

Dos 50 candidatos aprovados e nomeados neste mês, 19 não se apresentaram para a entrega de documentos e início do curso de formação de perito criminal, conforme relação dos empossados publicada no Diário Oficial (DOESP - Executivo II - Pag. 3) de quinta-feira, 24 de abril. 38% dos nomeados deixaram de tomar posse. Esse número é ainda maior do que a já alta desistência observada na última nomeação, em agosto do ano passado, que foi de 28%. Até então, a média era de 15% de desistentes.

Em 15 de março, o governador João Dória anunciou que nomearia 449 policiais técnico-científicos remanescentes de concursos públicos anteriores ainda com validade. Deste número, 240 são peritos criminais, 51 médicos legistas, 128 fotógrafos e 30 desenhistas.

No dia 27 de abril, foi publicado no Diário Oficial, Despacho do Governador autorizando a Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP) a adotar todas as providências para a nomeação dos 449 candidatos aprovados nos concursos.

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo, Eduardo Becker, acredita que o motivo para a desistência dos candidatos foi a demora para serem chamados. "As pessoas foram se realocando no mercado, optaram por outra carreira ou arrumaram emprego. Isso prejudica o resultado do concurso e, principalmente, a perícia criminal, que precisa de gente para trabalhar", avalia.

BAIXOS SALÁRIOS

Outro fator relevante para as desistências, segundo Becker, é que a remuneração paga à carreira de perito criminal no Estado de São Paulo está entre as nove piores do país.

Embora o governador João Dória tenha prometido “reajuste real no salário dos policiais”, durante sua campanha eleitoral, e o secretário da Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, tenha afirmado publicamente que a recomposição salarial dos policiais seria um objetivo de sua gestão, até o momento não houve qualquer manifestação informando sobre como o governador irá repor os cinco anos de perda inflacionária dos peritos criminais e demais carreiras.

O presidente do Sindicato dos Peritos Criminais do Estado de São Paulo, Eduardo Becker

“Estamos ansiosos para que a promessa seja cumprida, inclusive já foi agendada reunião com o secretário da Segurança Pública para tratar da questão da reposição salarial. Esperamos que haja sensibilidade para esse problema e o Governo convoque os que ainda estão na lista e possuem pontuação para assumirem esses cargos vagos. E que, nos próximos concursos, não exista essa demora em convocar os aprovados", finalizou Becker.

Fonte: Assessoria de Imprensa SINPCRESP

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