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Após Edir Macedo, governo Bolsonaro concede passaporte diplomático a R.R. Soares

Após Edir Macedo, governo Bolsonaro concede passaporte diplomático a R.R. Soares

Itamaraty liberou o documento, com validade de 3 anos cada, por entender que seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades no exterior

Itamaraty liberou o documento, com validade de 3 anos cada, por entender que seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades no exterior

Publicada há 4 anos

DA REDAÇÃO


O missionário R.R Soares (Crédito: Reprodução) 

O Ministério das Relações Exteriores concedeu passaporte diplomático a dois membros da Igreja Internacional da Graça de Deus: Romildo Ribeiro Soares, conhecido como missionário R.R. Soares, e sua esposa, Maria Magdalena Bezerra Ribeiro Soares. A portaria com a decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira, dia 4. 

Segundo o ato, o Itamaraty liberou o documento, com validade de 3 anos cada, "por entender que, ao portar passaporte diplomático, seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior".

Em junho de 2016, R.R. Soares e sua esposa também obtiveram o passaporte especial, mas logo depois o documento foi suspenso liminarmente pela Justiça, que considerou que a concessão representava “desvio de finalidade” e “mero privilégio”. 

PARA POUCOS

O passaporte diplomático dá ao seu portador privilégios como atendimento preferencial em postos de imigração e isenção de visto em alguns países. Um decreto de 2006, assinado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, lista 12 classes de autoridades que têm direito ao passaporte diplomático, como o presidente da República, membros do Congresso Nacional, ministros do Supremo Tribunal Federal, governadores e militares a serviço em missões da ONU, mas não líderes religiosos.

A legislação, no entanto, abre brecha para que o ministro das Relações Exteriores conceda passaporte diplomático a outras pessoas “em função do interesse do País”, dispositivo que vem sendo utilizado pelo Itamaraty para justificar a concessão do documento a líderes evangélicos.

EDIR MACEDO

O Ministério das Relações Exteriores já havia concedido, no dia 15 de Abril,  passaportes diplomáticos para o líder da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da Record TV, Edir Macedo, e sua esposa, Ester Eunice Rangel Bezerra. O documento também tinha validade por 3 anos.

A argumentação do governo Bolsonaro foi a mesma utilizada no caso de R.R. Soares: “seu titular poderá desempenhar de maneira mais eficiente suas atividades em prol das comunidades brasileiras no exterior”. O documento foi assinado pelo chanceler Ernesto Araújo e publicado na edição de hoje do Diário Oficial da União.

Anteriormente o bispo e sua mulher já receberam o benefício. Em 2011, quando a Universal era aliada do governo de Dilma Rousseff (PT), Edir Macedo também recebeu o documento.


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