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Pais sabiam de raríssimo caso de ‘bebês siameses’ desde o pré-natal

Pais sabiam de raríssimo caso de ‘bebês siameses’ desde o pré-natal

Eles são fernandopolenses e residem no Jardim Paraíso; caso não se trata de gêmeos siameses tradicionais.

Eles são fernandopolenses e residem no Jardim Paraíso; caso não se trata de gêmeos siameses tradicionais.

Publicada há 4 anos

Após o parto, gêmeos foram levados para o Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto


Da Redação 

Os pais dos “bebês siameses”, que nasceram na última terça-feira, 25, são moradores do Jardim Paraíso, zona leste de Fernandópolis e tinham ciência do estado das filhas desde o pré-natal. A confirmação foi obtida pela reportagem deste jornal diário com exclusividade. Por enquanto eles não querem se identificar e nem mesmo se manifestar sobre o nascimento. 

O caso é tão raro que desde a fundação da Santa Casa de Fernandópolis em 1949, local onde ocorreu o parto, não se registrou situação similar. Nascimento comoveu médicos, enfermeiros e funcionários do hospital. 

As crianças, do sexo feminino, foram transferidas para o Hospital da Criança e Maternidade de Rio Preto para receber atendimento especial que a peculiaridade exige. 

Ainda não há informações oficiais sobre o estado de saúde dos bebês. Elas estão internadas na Unidade de Terapia Intensiva e, segundo nota oficial, daquela unidade hospitalar, como não há autorização de pai e mãe, o hospital não divulga informações sobre os pacientes. A Vara da Infância e Juventude de Rio Preto proibiu qualquer imagem ou divulgação de informações das crianças.

O complexo Fundação da Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto (Funfarme) realizou outros três atendimentos a gêmeos siameses em sua história, dois pelo Hospital de Base e um, pelo HCM. O primeiro foi em 2006. As gêmeas nasceram no dia 2 de abril de 2006, em Penápolis, e morreram três meses e dois dias depois no HB. No dia 14 de março de 2008, gêmeas nasceram no HB, morrendo duas horas. E no dia 18 de março de 2014, gêmeas nasceram no HCM, morrendo no dia 30 de março.

CASO RARO

O nascimento de bebês com um único corpo e duas cabeças é fato raríssimo na literatura médica. De acordo com o médico Julio Leite, coordenador do Programa de Monitoramento de Defeitos Congênitos do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), casos como este podem ser chamado de gemelaridade imperfeita, quando há problemas na divisão das células durante o período de formação do embrião. "No Brasil o registro desse tipo de malformação é de um caso para cada 100 mil habitantes", explicou.

Os bebês fernandopolenses teriam, segundo informação, dois corações e quatro pulmões. Segundo Julio Leite, a união dos gêmeos pela cabeça é chamada de dicéfala e é bem mais rara do que outros casos de gêmeos que nascem com alguma outra parte do corpo grudada.

O recém-nascido difere de gêmeos siameses tradicionais, que têm corpos distintos e órgãos geralmente independentes, mas unidos em algum ponto. Neste caso, mais incomum, só há um corpo. Popularmente, siameses são duas crianças ligadas por alguma parte do corpo. Por isso os chamam de gêmeos siameses, mas no caso local é uma criança só com duas cabeças.

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