EDITORIAL

Modelo de mobilidade

Modelo de mobilidade

Artigo

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Publicada há 4 anos

A qualidade de vida dos brasileiros é impactada negativamente pelo trânsito. Não é nenhum segredo que o modelo de mobilidade ao qual nos habituamos foi pensado para os automóveis e não para as pessoas. Um caminho para mudança deste cenário seria entender a cultura e como funcionam algumas das cidades consideradas referências mundiais em mobilidade, onde a marca registrada é o estímulo a modais que dispensem o uso de carros particulares.

Neste contexto, a cidade de Copenhague, na Dinamarca, é conhecida mundialmente pela cultura de valorização da bicicleta, afinal, metade da população se locomove com ela. Junto ao uso das bikes, por exemplo, o sistema de sinais de tráfego inteligentes consegue identificar a aproximação de veículos nas vias (sejam eles bicicletas, carros ou ônibus). Além disso, a quantidade de ciclistas que se aproximam do cruzamento é detectada, portanto, o semáforo fica aberto por mais tempo, de acordo com a quantidade de pessoas, permitindo que todos cruzem as ruas.

Outro modelo interessante é o de Zurique, na Suíça, onde a maioria da população se locomove a pé ou com auxílio de dois modais: ônibus e trams – que funciona como um bonde sobre trilhos. Por lá, a cada 300 metros é possível encontrar um ponto de ônibus ou tram. Além disso, medidas sustentáveis, como a troca de ônibus a diesel por elétricos, e o investimento em ciclovias ajudam a deixar a cidade menos poluente.

Comecemos por soluções que vieram para ficar e têm transformado a mobilidade brasileira. A regulamentação de apps de transporte e o compartilhamento de bicicletas e patinetes é um acerto. Porém, é necessário repensar os conceitos e inserir as pessoas como protagonistas do trânsito, começando pela infraestrutura, passando por debates e criação de políticas públicas.

O primeiro passo para o futuro da mobilidade humana, que pensa primeiro nas pessoas, é compreender as características, necessidades e possíveis deficiências dos cidadãos. Investir em ações permanentes de conscientização de trânsito ajudaria não somente a mobilidade, mas também a segurança das pessoas que se locomovem. Em um país no qual mais de 40 mil pessoas morrem por ano no trânsito, contentar-se com campanhas sazonais, como o Maio Amarelo e a Semana Nacional do Trânsito, parece pouco.

Recentemente, uma campanha interativa voltada aos riscos no trânsito chamou a atenção por sua originalidade. 

Considerando que os acidentes de trânsito são o primeiro responsável pela morte de jovens, na faixa de 15 a 29 anos, o vídeo foi um acerto por usar formato inovador e linguagem dinâmica, que falam a língua dos jovens.

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