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Mãe que narra partidas para o filho deficiente visual concorre a prêmio da Fifa

Mãe que narra partidas para o filho deficiente visual concorre a prêmio da Fifa

O vencedor será conhecido no dia 23 de setembro na premiação 'The Best', da Fifa, que acontece em Milã.

O vencedor será conhecido no dia 23 de setembro na premiação 'The Best', da Fifa, que acontece em Milã.

Publicada há 4 anos

Em 2018, a história de Silvia Grecco e do seu filho Nickollas comoveu todo o Brasil. Mesmo com a deficiência visual do garoto, ela bravamente o leva para todos os jogos do Verdão e narra cada lance da partida para o garoto. Não demorou muito para a história romper as fronteiras brasileiras, sendo destaque na imprensa internacional. Após toda a repercussão, ela agora é uma das indicadas na categoria Fã do prêmio ‘The Best’ da Fifa. 

Nesta segunda-feira, 2, a Fifa anunciou as histórias que concorrerão ao prêmio da última temporada. Além de Nickollas e sua mãe, também aparecem como indicados a torcida da Holanda na Copa do Mundo de Futebol Feminino, intitulada de “Maré laranja” durante a competição e também a história do uruguaio Justo Sánchez.

Torcedor do Cerro-URU, Sánchez acabou perdendo o seu filho Nico em 2016 em um acidente. O jovem torcia para o Rampla Juniors, rival da equipe do seu pai, e acabou morrendo em um acidente de carro após sair de uma partida de futebol. A história traz contornos de rivalidade, tragédia, e um amor incondicional entre pai e filho.

Desde a tragédia, Sánchez superou a rivalidade e assiste jogos do Rampla com uma bandeira do clube e com a frase: “Nico Siempre Presente”. A história, inclusive, já se tornou até documentário.

O anúncio com o grande vencedor da categoria Fã do prêmio “The Best” será realizado no dia 23 de setembro, em Milão.

CONHEÇA UM POUCO DA HISTÓRIA DE SILVIA GRECCO E DO SEU FILHO NICKOLLAS

A narração de uma partida de futebol não é algo exclusivo do rádio ou da televisão. Silvia Grecco faz isso com o filho Nicolas, de 11 anos, no estádio. Ela chamou a atenção ao ser flagrada por câmeras de TV contando os detalhes do clássico entre Palmeiras e Corinthians, dia 9 de agosto de 2018.


— Não é a primeira vez que faço isso. Nós frequentamos bastante o Allianz Parque, que tem bastante acessibilidade, é um lugar bacana, muito família, e eu frequento com o Nicolas sempre que posso — disse Silvia em entrevista.

Ela conta que não se inspirou em nenhuma outra história para decidir levar o filho, que além de deficiência visual tem um pequeno grau de autismo, ao estádio. Segundo ela, foi a vontade de ter a parceria de Nicolas nos jogos do Palmeiras o grande mote para a narração em meio aos jogos.

— Instinto de mãe. Não tenho experiência com pessoas com deficiência. Então, aos poucos, eu vou criando situações para poder fazer com que ele sinta como real. Não é uma narração técnica, do jogo, falo para que lado os jogadores estão, onde que tem bigode, manga comprida. Descrevo o ambiente também — explica.

TORCIDA POR NEYMAR

A tarefa de transformar o filho em torcedor do Palmeiras não foi fácil, principalmente pela idolatria do menino por Neymar, que durante boa parte da infância de Nickolas atuou no Santos. Porém, a mãe decidiu usa ruma estratégia para convencer o garoto a torcer pelo Verdão:

—  A minha filha eu não consegui que torcesse para o Palmeiras, e ela é são-paulina, e falei: "como vou fazer com o Nickolas, pra ele ser meu companheiro no estádio? Não foi uma missão fácil, porque ele era torcedor do Neymar. Uma vez ele me disse, pequenininho, que torcia para o Neymar. Aí usei a estratégia de dizer que o Neymar declarou que quando ele era jovem, torcia para o Palmeiras.

ENCONTRO COM FELIPÃO

Comovido com a história, o próprio Palmeiras levou a mãe e o filho para conhecerem o centro de treinamento do clube, assim como os jogadores e a comissão técnica. Silvia ficou encantada com o técnico Luiz Felipe Scolari, o Felipão, a quem referiu-se como "uma pessoa fantástica".

— Que pessoa fantástica, que ser humano. A gente já tem aquele amor pelo técnico, ficamos tão felizes com a volta dele para o Palmeiras, mas a sensibilidade dele, se emocionando e chorando com o meu filho lá na nossa visita, o carinho com que nos recebeu, foi uma coisa assim, que, sabe quando dá vontade de levar para casa? — brincou Silvia.

Ela relatou, ainda, que fez uma analogia para explicar para o filho onde eles estavam ao longo da visita.

— O Nicolas faz curso de teatro e eu fiz uma analogia para ele entender quem é o Felipão. Então eu disse: "lá na oficina, você tem a sua professora, que treina vocês no local, na escola de teatro, e aqui dos jogadores o Felipão é o professor, ele ensina tudo para os alunos, que são os jogadores, e depois tem o grande espetáculo que a gente assiste lá". Então fiz essa analogia para ele entender o que estava fazendo no centro de treinamento, que não era um jogo oficial — contou a mãe.

Fonte: www.torcedores.com / gauchazh.clicrbs.com.br

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