VAGATOMIA

Universidade alvo da PF se põe à disposição para esclarecimentos

Universidade alvo da PF se põe à disposição para esclarecimentos

Em nota, instituição de ensino informa que suas atividades acadêmicas e administrativas seguem normalmente.

Em nota, instituição de ensino informa que suas atividades acadêmicas e administrativas seguem normalmente.

Publicada há 4 anos

Na terça-feira, policiais estiveram no campus fernandopolense 

Por Breno Guarnieri

Na quarta-feira, dia 4, a Universidade Brasil, por meio da Assessoria de Imprensa, encaminhou à reportagem de “O Extra.net” nota oficial, na qual salientou estar à disposição da Polícia Federal em relação à Operação Vagatomia. Confira a nota:

“A Universidade Brasil vem a público para informar a alunos, docentes e funcionários, bem como a toda a comunidade universitária nacional e à população em geral, que suas atividades acadêmicas e administrativas seguirão as rotinas ordinariamente, a despeito dos recentes fatos ocorridos. Solicitações gerais, atendimento aos alunos, bem como o funcionamento de cursos, com aulas regularmente ministradas, continuarão a ocorrer dentro da normalidade em todos os campi. A instituição de ensino esclarece também que está integralmente à disposição da Polícia Federal, assim como às demais autoridades em todas as esferas, para colaborar com qualquer investigação e também para prestar todos os esclarecimentos que se façam necessários”, destaca a Universidade Brasil.

Operação 

A Polícia Federal prendeu na terça-feira, 3, 22 pessoas, suspeitas de participarem de um esquema de fraude de R$ 500 milhões na Universidade do Brasil, de Fernandópolis, em cima dos programas federais de bolsas de estudo Fies e Prouni. 

Segundo a PF, também há suspeita de venda de vagas e transferências de alunos do exterior, principalmente Paraguai e Bolívia. Cerca de 250 policiais federais cumpriram mandados judiciais em Fernandópolis, Rio Preto, São Paulo, Santos, Presidente Prudente, São Bernardo do Campo, Porto Feliz, Meridiano, Murutinga do Sul, São João das Duas Pontes e Água Boa, no Mato Grosso, resultando na prisão do diretor geral do campus fernandopolense, Amauri Piratininga, além do advogado e ex-professor Orlando Machado, e da cúpula do Fernandópolis Futebol Clube: Oclécio Dutra (presidente) e Ricardo Saravalli (vice), acusados de captar alunos, uma espécie de assessoria para a diretoria da universidade. Entre os mandados judiciais expedidos estão 11 prisões preventivas, 11 prisões temporárias, 45 ordens de busca e apreensão e 10 medidas cautelares (alternativas à prisão).

As investigações apontam que o líder da organização criminosa é o próprio dono da universidade, José Fernando Pinto da Costa, que também ocupa o cargo de reitor. O empresário de 63 anos, e seu filho, que também é sócio do grupo educacional, não só tinham conhecimento, mas também participavam dos crimes em investigação.

Pais e alunos  

Ainda de acordo com a PF, os alunos e pais, que aceitaram pagar pela vaga e/ou financiamentos públicos, também responderão pelos crimes em investigação na medida de suas culpabilidades. Nova investigação será iniciada imediatamente pela PF objetivando identificar todos os pais e alunos que concordaram em pagar pelas fraudes praticadas pela organização criminosa e, portanto, também praticaram crimes.

Entenda o esquema

As "assessorias educacionais", com o apoio de toda a estrutura administrativa da universidade negociaram centenas de vagas para alunos que aceitaram pagar pelas fraudes a fim de serem matriculados no curso de medicina. Entre estes alunos, que compraram suas vagas e financiamentos, existem filhos de fazendeiros, servidores públicos, políticos, empresários e amigos do dono da universidade, todos com alto poder aquisitivo, que mesmo sem perfil de beneficiário do FIES, mediante fraude, tiveram acesso aos recursos do Governo Federal. Com a sistemática atual de inclusão de dados e aprovação do Fies pelas próprias universidades privadas (beneficiárias dos recursos que aprovam) a PF estima que milhares de alunos carentes por todo o Brasil podem ter sido prejudicados em razão destas fraudes.


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