FRAUDE

Novos documentos são apreendidos em universidade investigada pela Polícia Federal

Novos documentos são apreendidos em universidade investigada pela Polícia Federal

Policiais estiveram no local para recolher papeis que tinham sido solicitados pela polícia na semana passada e foram entregues pela direção da Universidade Brasil.

Policiais estiveram no local para recolher papeis que tinham sido solicitados pela polícia na semana passada e foram entregues pela direção da Universidade Brasil.

Publicada há 4 anos

Da Redação 

A Polícia Federal de Jales retornou na tarde de segunda-feira, 9, ao campus da Universidade Brasil, em Fernandópolis, para apreender novos documentos. A instituição foi alvo da Operação Vagatomia, que investiga uma organização criminosa suspeita de vender vagas e cometer fraudes no Fies, Prouni e Revalida.

De acordo com a PF, equipes policiais estiveram no local para recolher papeis que tinham sido solicitados pela polícia na semana passada e foram entregues pela direção da Universidade Brasil. A maioria é relacionada aos contratos de alunos com o Fies.

Durante a operação deflagrada na última terça-feira, 3, vinte pessoas foram presas. No sábado, 8, a Justiça Federal prorrogou por mais 5 dias a prisão de 11 suspeitos. Dois investigados com mandado de prisão expedido seguem foragidos.

Entre as pessoas presas estão o empresário e reitor da universidade, o engenheiro José Fernando Pinto Costa, de 63 anos, e o filho dele, Stefano Bruno. Ambos são apontados pela polícia como chefes da organização. Segundo a PF, eles utilizavam o dinheiro obtido nas fraudes para comprar jatinhos, helicópteros e imóveis de luxo. As vagas eram compradas por até R$ 120 mil.

Também estão presos o diretor geral do campus fernandopolense, Amauri Piratininga, além do advogado e ex-professor Orlando Machado, e a cúpula do Fernandópolis Futebol Clube: Oclécio Dutra (presidente) e Ricardo Saravalli (vice), acusados de captar alunos, uma espécie de assessoria para a diretoria da universidade. 

O Ministério Público Federal (MPF) pediu a instauração de um inquérito policial para apurar a responsabilidade de servidores do Ministério da Educação (MEC) suspeitos de terem omitido informações para contribuir com as fraudes.

Os documentos apreendidos foram levados para a delegacia da Polícia Federal de Jales e vão ser analisados assim como os que foram apreendidos anteriormente.

O advogado de defesa dos donos da universidade disse que eles responderam todos os questionamentos do Ministério Público e que, até o momento, não existem elementos que apontem que os donos tinham conhecimento das fraudes. A universidade afirma que está à disposição da polícia para prestar esclarecimentos.

Operação 

As investigações começaram no início do ano após a PF receber informações de que estariam ocorrendo irregularidades no campus de um curso de medicina em Fernandópolis.

De acordo com a PF, vagas para ingresso, transferência e financiamentos Fies para o curso de medicina estariam sendo negociados por até R$ 120 mil por aluno.

O esquema contava com “assessorias educacionais”, que vendiam vagas no curso de medicina, financiamentos Fies e Prouni, além de fraudes em cursos relacionados ao Exame Revalida.

De acordo com a PF, essas assessorias tinham o apoio dos donos e toda a estrutura administrativa da universidade para negociar centenas de vagas para alunos, que aceitaram pagar pelas fraudes em troca de matrícula no curso de medicina. Ao todo, 250 policiais federais foram às ruas para cumprir 77 mandados nas cidades de Fernandópolis, São Paulo, São José do Rio Preto (SP), Santos (SP), Presidente Prudente (SP), São Bernardo do Campo (SP), Porto Feliz (SP), Meridiano (SP), Murutinga do Sul (SP), São João das Duas Pontes (SP) e Água Boa (MT).

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