OPERAÇÃO

Cremesp fornece provas inéditas de investigação sobre Universidade Brasil para PF

Cremesp fornece provas inéditas de investigação sobre Universidade Brasil para PF

Resultado de cinco sindicâncias do Conselho, diversas irregularidades foram detectadas no processo de revalidação, monitoria e abertura de vagas da instituição.

Resultado de cinco sindicâncias do Conselho, diversas irregularidades foram detectadas no processo de revalidação, monitoria e abertura de vagas da instituição.

Publicada há 4 anos

Da Redação 

Como resultado de uma intensa investigação iniciada ainda em novembro de 2018, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) reuniu diversos indícios de irregularidades envolvendo a Universidade Brasil, alvo da Operação Vagatomia. Essas informações são fruto de cinco sindicâncias em curso na instituição. Além de Fernandópolis, outras unidades da rede de ensino, em oito municípios paulistas, foram alvo de criteriosa averiguação. Além da Polícia Federal, o material inédito reunido pelo Conselho também foi encaminhado, recentemente, à Secretaria de Justiça e Cidadania de São Paulo. 

“Desde o início da nossa gestão à frente do Conselho, nos empenhamos em acelerar o levantamento das informações referentes às denúncias que recebemos. Essa força-tarefa, que há meses se dedica a apurar suposto esquema fraudulento, resultou neste dossiê que, de forma sigilosa, será compartilhada com demais órgãos competentes. O que podemos adiantar é que o suposto esquema extrapolou os limites de Fernandópolis, de São Paulo e chegou a outros estados do país”, comenda a Conselheira Flávia Casseb, responsável pela Delegacia Regional do Cremesp de Rio Preto e região.

Além disso, o Cremesp decidiu abrir sindicância para investigar a possível participação de 25 médicos do Estado no suposto esquema de fraudes da Universidade Brasil. Todas essas sindicâncias também seguirão sob sigilo, por determinação legal. “Não significa que esses profissionais, necessariamente, estejam envolvidos com algum ato ilícito. Mas é importante sabermos de que forma esses profissionais prestavam serviços nas unidades ligadas à Universidade Brasil e como funcionava a preceptoria ofertada aos alunos de Medicina”, finaliza Flávia Casseb.

Operação 

As investigações começaram no início do ano após a PF receber informações de que estariam ocorrendo irregularidades no campus de um curso de medicina em Fernandópolis.

De acordo com a PF, o esquema contava com “assessorias educacionais”, que vendiam vagas no curso de medicina, financiamentos Fies e Prouni, além de fraudes em cursos relacionados ao Exame Revalida.

Essas assessorias tinham o apoio dos donos e toda a estrutura administrativa da universidade para negociar centenas de vagas para alunos, que aceitaram pagar pelas fraudes em troca de matrícula no curso de medicina. Áudios obtidos com exclusividade revelam como funcionava o esquema. Como resultado da investigação, a Operação Vagatomia foi deflagrada no início do mês.

O reitor da universidade, o engenheiro José Fernando Pinto Costa, de 63 anos, e o filho dele, Stephano Bruno, são apontados pela polícia como chefes da organização.

Segundo estimativa da PF, o grupo pode ter usado R$ 500 milhões do fundo de forma fraudulenta e as vagas eram compradas pelos estudantes por até R$ 120 mil.

Investigações da Polícia Federal apontam que os dois usavam o dinheiro desviado para comprar jatinhos, helicópteros, imóveis e até para fazer viagens internacionais, enquanto faltavam materiais básicos na Universidade Brasil como papel higiênico.

Segundo o órgão, investigações reúnem indícios de irregularidades envolvendo a Universidade Brasil, no campus de Fernandópolis

*com informações do Cremesp 

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