SAÚDE

Taxa de detecção de HIV em gestantes sobe 38% nos últimos 10 anos

Taxa de detecção de HIV em gestantes sobe 38% nos últimos 10 anos

Com o aumento da identificação de gestantes soropositivo, a taxa de detecção de Aids em menores de 5 anos caiu

Com o aumento da identificação de gestantes soropositivo, a taxa de detecção de Aids em menores de 5 anos caiu

Publicada há 4 anos

Da Redação 

Nos últimos dez anos, a taxa de detecção de HIV em gestantes subiu 38,1%. Entre 2008 e 2019, mais de 125 mil mulheres foram notificadas com infecção pelo vírus durante a gravidez, 8.621 delas apenas em 2018. O crescimento não significa necessariamente um aumento de contágios. O resultado pode ser dado, em parte, pela ampliação do diagnóstico durante o pré-natal, que identifica a condição de saúde da mulher e previne a transmissão vertical do HIV, quando o vírus passa da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou amamentação.

Com o aumento da identificação de gestantes soropositivo, a taxa de detecção de Aids em menores de 5 anos caiu. No período de 4 anos, houve redução de 26,9%, passando de 386 casos a cada mil habitantes para 265. Isso acontece porque, uma vez identificada a infecção, a gestante recebe o tratamento que impede a transmissão do vírus para a criança. É o que explica Artur Kalichman, médico sanitarista do Centro de Referência e Treinamento em IST/Aids de São Paulo. Ele ressalta, ainda, a importância de uma mulher grávida fazer o teste e, se confirmar o contágio, dar início ao tratamento.

“O HIV ainda não tem cura, mas, com o tratamento, a quantidade de vírus do corpo da pessoa fica tão pequena, que (o vírus) fica indetectável. Ou seja, os exames nem acham mais. Isso tem duas grandes vantagens. A primeira que a pessoa não evolui para a Aids – ela não fica doente – e a segunda que ela não transmite o HIV. Então, uma mulher gestante que vive com HIV, com a carga viral indetectável, não transmitirá o HIV para o seu filho.”

As regiões Norte e a Nordeste foram as que apresentaram maiores incrementos na taxa nos últimos dez anos, com 87,5% e 118,1% respectivamente. Em toda a série histórica, a região Sul apresentou as maiores taxas de detecção no País. Os dados mais recentes do Ministério da Saúde mostram que em 2018 a taxa observada nessa região foi de 5,8 casos a cada mil nascidos vivos, quase duas vezes superior à taxa nacional, de 2,9.

Entre as capitais, apenas sete mostraram uma taxa de detecção inferior a nacional. Brasília, Rio Branco, Goiânia, Belo Horizonte, João Pessoa, Natal e Teresinha compõe essa lista. A capital federal tem a taxa de detecção mais baixa, com apenas 1 caso em cada mil nascidos vivos. Porto Alegre tem a mais alta, apresentando 20,2 casos para cada mil nascidos vivos, uma taxa sete vezes maior que a nacional. Em relação à faixa etária, o maior número de gestantes infectadas com HIV está entre jovens com idade entre 20 e 24 anos. Elas representam 27,8% das grávidas infectadas.

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