CORONAVÍRUS

Brasileira que trabalha na Itália relata drama após milhares de mortes por coronavírus

Brasileira que trabalha na Itália relata drama após milhares de mortes por coronavírus

Carla Grama trabalhava em São José do Rio Preto, quando foi para a Itália com o filho

Carla Grama trabalhava em São José do Rio Preto, quando foi para a Itália com o filho

Publicada há 4 anos

Carla trabalha com turismo na Itália — Foto: Arquivo Pessoal

Da Redação

Quando saiu do Brasil para morar na Itália e realizar um sonho, a publicitária Carla Grama não imaginou que três anos depois estaria vivendo uma das maiores tragédias humana do país: a pandemia do coronavírus. Nas últimas semanas a Itália vinha registrando, dia após dia, um recorde nada animador: o de mortes pela doença.

O governo decidiu, então, estender as medidas de contenção do novo coronavírus pelo menos até a Páscoa - e autoridades já falam em estender até maio. O número de mortos passava de 13 mil e o de casos confirmados, 115 mil, até a manhã desta sexta-feira, 3.

“Várias pessoas que dependem de trabalho, são autônomos. Estamos trancados desde o dia 5 de março. A quarentena deveria ir até 3 de abril, mas vai ser estendida. Não tem data para a vida se normalizar, vai depender dos boletins diários com os casos, com a queda e a estabilização”, afirma Carla. 

A brasileira, que saiu de São José do Rio Preto para a Itália, mora com o filho em Perugia, na região da Umbria, e trabalha na área do turismo. Ela tem um blog que fala sobre os lugares, gastronomia e passeios no país, além de prestar serviço a brasileiros que vão conhecer o país.

“Situação é bem delicada, bem triste. Moro na região da Umbria, região central da Itália, que entrou na quarentena posteriormente, a região mais critica é o norte. Eles começaram delimitando algumas coisas, mas poucos dias depois que implantaram restrições, as pessoas começaram a fugir para outras regiões e aí a disseminação do coronavírus foi mais rápida”, diz.

O contágio na Itália agora cresce mais lentamente do que nos Estados Unidos, por exemplo, e em outros países europeus, mas ainda não está sob controle. Carla explica que na cidade dela só funciona o comércio de alimentos e farmácias.

“Para sair de casa precisa de autorização. Tem policiamento grande na rua para que ninguém saia. Moro alguns quarteirões do mercado e tem restrição para entrar. Só entra cinco pessoas por vez e tem de respeitar metragem para outra pessoa. Além disso, ficam policias questionando onde estamos indo. É uma situação bem triste”, diz.

Carla ainda conta que o filho estuda e trabalha no país. Ele, aliás, foi quem motivou ela a ir para a Itália também. A publicitária diz que o governo acredita em normalização nos meses de julho ou agosto.

“Meu filho sai de casa para trabalhar com uma autorização. Na empresa dele tem 50% da equipe em home office. Ele vai trabalhar diariamente porque moramos perto, mas ainda fico muito tensa com isso”, afirma.

Carla afirma que é importante os moradores seguirem a quarentena, apesar de todo prejuízo, inclusive econômico que isso pode gerar. Na Itália, segundo ela, os moradores não levaram o isolamento a sério no começo.


Fonte: G1

últimas