Crônica: A verdade de cada um

Crônica: A verdade de cada um

A história de um contrabandista

A história de um contrabandista

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Apliquemo-nos

Por: Chico Xavier/Emmanuel

“E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias, para que não sejam infrutuosos.”

– Paulo. (Tito, 3:14.)

É preciso crer na bondade, todavia, é indispensável movimentarmo-nos com ela, no serviço de elevação.

É necessário guardar a fé, contudo, se não a testemunhamos, nos trabalhos de cada dia, permaneceremos na velha superfície do palavrório.

Claro que todos devemos aprender o caminho da iluminação, entretanto, se nos não dispomos a palmilhá-lo, não passaremos da atitude verbalista.

Há no Espiritismo cristão palpitantes problemas para os discípulos de todas as situações.

É muito importante o conhecimento do bem, mas que não esqueçamos as boas obras; é justo se nos dilate a esperança, diante do futuro, à frente da sublimidade dos outros mundos em glorioso porvir, mas não olvidemos os pequeninos deveres da hora que passa.

De outro modo, seríamos legiões de servidores, incapazes de trabalhar, belas figuras na vitrina das ideias, sem qualquer valor na vida prática.

A natureza costuma apresentar lindas árvores que se cobrem de flores e jamais frutificam; o céu, por vezes, mostra nuvens que prometem chuva e se desfazem sem qualquer benefício à terra sedenta.

As escolas religiosas, igualmente, revelam grande número de demonstrações dessa ordem. São os crentes promissores e infrutuosos, que a todos iludem pelo aspecto brilhante. Dia virá, porém, no qual se certificarão de que é sempre melhor fazer para ensinar depois, que ensinar sempre sem fazer nunca.

CRÔNICA

A verdade de cada um

Chalita Mansour

Narra Mansour Chalita que Mullah Nasrudin, o homem santo sufista, exímio gracejador, atravessava frequentemente a fronteira entre a Turquia e a Grécia, montado em seu cavalo.

Sempre que cruzava a fronteira, levava uma sacola com pedras preciosas e outra com poções medicinais, pois tinha permissão legal para transportá-las.

Quando o guarda perguntava qual era o seu negócio, ele respondia:

“Sou contrabandista”.

Todas as vezes, o guarda o revistava e nunca encontrava nada incomum. A cada viagem, Nasrudin ficava mais rico, e o guarda, cada vez mais desconfiado.

Apesar de todas as revistas, feitas a cada vez com mais riqueza de detalhes, nunca encontrava nada.

Finalmente, o viajante se aposentou. Um dia, encontrou--se em uma reunião social com o mesmo guarda da fronteira, que lhe perguntou:

– Nasrudin, agora que você se aposentou e não pode ser processado, conte-me o que contrabandeava, que nunca encontramos e que lhe trouxe tanta riqueza.

Nasrudin respondeu tranquilamente:

– Eu negociava cavalos!

Não adianta esconder a própria verdade. Ela escapa por entre os dedos, revelando-se a quem tem olhos de ver.

Verdade que se oculta, demora na revelação.

Há quem olhe para fora, à procura de respostas que na verdade estão dentro, na intimidade de si mesmo. Carlos Abranches.

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