HISTÓRIA

Sucesso na internet, "passinho do capitão Duarte" faz triplicar doação de alimentos

Sucesso na internet, "passinho do capitão Duarte" faz triplicar doação de alimentos

A ideia bem sucedida deu um up na campanha da live "Música que Alimenta"

A ideia bem sucedida deu um up na campanha da live "Música que Alimenta"

Publicada há 3 anos

Capitão Duarte e a cabo Silvia comemorando a arrecadações de alimentos FOTO: Arquivo Pessoal

Da Redação

O capitão da Polícia Militar de Araçatuba (SP), Vander Duarte, que ficou conhecido em todo o Brasil após o vídeo em que ele está dançando para arrecadar alimentos viralizar nas redes sociais, falou sobre o sucesso das doações, que já somam mais de 14 toneladas. Ele também contou sobre a infância humilde no ABC Paulista e deixou claro que ele "não é artista, é polícia”

Quando o assunto é internet, não se fala em outra coisa: o vídeo do Capitão Vander Duarte dançando charm dance para arrecadar alimentos para instituições sociais. O vídeo viralizou, virou meme e sticker animado no Whatsapp, alcançou celebridades e chamou atenção até do padre Fábio de Melo, que fez um post no Instagram parabenizando o policial pela atitude.

Após o episódio, que aconteceu durante uma live na noite da sexta-feira (28/08), feita na semana do Dia do Soldado (celebrado em 25 de agosto), as doações para três instituições sociais de Araçatuba (SP) triplicaram. O capitão da Polícia Militar da cidade também criou um perfil no Instagram, que já conta com mais de 54,8 mil seguidores.

"Ainda não consegui assimilar o que está acontecendo, é muita coisa. Eu não consigo ignorar as mensagens que as pessoas mandam para mim, porque as pessoas que mandam mensagens é porque gostam de mim e têm consideração. E eu tenho que ter a mesma consideração e respeito. Então eu estou dormindo sempre depois da meia-noite e respondendo a todas as perguntas”, conta o capitão, que diz que a dança é apenas um divertimento nas horas vagas.

"Eu quero deixar bem claro que eu não sou artista. Eu sou um policial militar que ao longo da carreira fez e continua fazendo o serviço de PM, que é proteger pessoas, deter uma pessoa que cometeu algum crime, ir ao Fórum pra ser ouvido como testemunha, participar de escolta de presos e uma série de coisas da atividade policial. A dança é um hobby que eu gosto de fazer nas horas de folga. Aquela dança foi pra chamar atenção das pessoas, contando a necessidade de fazer as doações. Achei cabível para isso”, explica. 

A ideia bem sucedida deu um up na campanha da live "Música que Alimenta" que, devido ao sucesso, foi estendida até o dia 11 deste mês. Até a última contagem já foram arrecadadas mais de 14 toneladas de alimentos. As instituições atendem crianças e adolescentes de famílias em vulnerabilidade social.

Vida de artista  

Apesar de ressaltar que o seu compromisso é com a Polícia Militar, o capitão conquistou os brasileiros com sua simplicidade e carisma, e tem vivido "vida de artista”, ganhando notoriedade na imprensa regional e nacional, além do prestígio dos fãs.

"É uma surpresa para mim. Aqui as pessoas olham com cara de ’será que é ele?’. Eu fui ao supermercado hoje (dia 5) e as pessoas olham, eu estou me sentindo meio estranho (risos). Quando eu percebo que uma pessoa quer conversar comigo, naturalmente eu me direciono até ela, cumprimento e converso. Já tirei fotos com vizinhos, isso é muito gostoso. Tá sendo muito bom”, diz.

Infância humilde

Nascido em Birigui (SP), em 11 de março de 1974, Vander Duarte foi criado pelos pais em um sítio, no bairro Paixotes. Sem condições de ter uma casa própria, os três moravam na casa de seus avós maternos. Aos oito meses de vida, seu pai, que trabalhava como servente de pedreiro, se aventurou sozinho no ABC Paulista para ter uma vida melhor. Após um mês, o homem retornou para buscar a família.

O barraco de madeira do cortiço em São Bernardo do Campo deixou lembranças marcantes em sua memória. "Tinha um banheiro do lado de fora, era um rio e todo mundo ficava exposto ali”, ri, ao lembrar da situação que deixava a mãe constrangida. "Também tinha apenas um tanque para que todos pudessem lavar suas roupas. Minha mãe ficava esperando todo mundo terminar até a vez dela”, recorda-se.

A vida da pequena família começou a melhorar quando o pai comprou um terreno em Santo André e construiu um barraco de dois cômodos. Foi aí que nasceram os dois irmãos do capitão – hoje um é tenente da PM e o outro é caminhoneiro.

Aos 16 anos, Duarte começou a namorar a mulher Adriana, com quem permanece casado há mais de 30 anos e tem dois filhos. Após se casar, prestou vestibular para a Academia de Polícia de Barro Branco e se formou em 2001. Sua filha, Juliana, seguiu os caminhos do pai e é aluna do terceiro ano da academia. O filho ainda é adolescente e fará 18 anos em breve. O gosto pela dança atingiu o filho, que gosta de se mover como o pai desde quando era criança. Os dois são sucesso nas confraternizações.

Capitão Duarte já atuou na Força Tática e hoje é chefe da sessão de treinamento, onde forma soldados de segunda classe.

Respeito pela farda

Sobre a repercussão do vídeo, o capitão explica que, para ele, a Polícia Militar sempre esteve próxima da comunidade. "A Polícia Militar tem o compromisso com a vida e a dignidade humana. É um ato de respeito porque a gente protege as pessoas e faz com que a ordem seja mantida para que as pessoas consigam viver em paz. Então, a PM é próxima da comunidade através dos programas de assistência solidária, o Proerd e uma série de projetos junto com a comunidade. Temos milhares de policiais envolvidos com as pessoas e no próprio atendimento temos um atendimento cordial”, conta.

"Naturalmente as pessoas que descumprem a lei acabam de alguma maneira sendo detidas. Por vezes, as pessoas agem com extrema violência com o policial e tentando contra a vida deles e de outras pessoas. Mesmo com o sacrifício de nossas vidas e nos colocando em risco, nosso papel é sempre proteger a sociedade”, finaliza.


Fonte: DL News

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