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Fisioterapeuta de Fernandópolis auxilia lutador do UFC em vitória, e de quebra ainda realiza sonho

Fisioterapeuta de Fernandópolis auxilia lutador do UFC em vitória, e de quebra ainda realiza sonho

Lucas Ramos fez “milagre” e garantiu que o Paraense Voador estivesse 100% sem dores no octógono

Lucas Ramos fez “milagre” e garantiu que o Paraense Voador estivesse 100% sem dores no octógono

Publicada há 3 anos

Lucas participou da etapa final da preparação de Michel Pereira, também conhecido como Paraense Voador - Foto:Reprodução

Da Redação

Todo ser humano sonha. Alguns mais, outros menos. Alguns alcançam outros não. E existe uma outra classificação que pode ser enquadrado o fisioterapeuta Lucas Ramos Lopez Andrade de 35 anos, que por outros meios chegou ao seu sonho.

Ele participou da etapa final da preparação de Michel Pereira, o Michel Demolidor, também conhecido como Paraense Voador pelas suas acrobacias durante as lutas. No dia 5 deste mês, o brasileiro venceu o russo Zelim Imadaev e conquistou uma legião de fãs pelo mundo após repercussão de sua luta. Principalmente pelo fato de ter levado um tapa desleal do russo durante a pesagem, e depois, durante a luta, ter dado o troco com um pelo safanão em Imadaev.

As cenas do “troco” repercutiram mundialmente e ganharam ainda mais notoriedade pelo brasileiro ter vencido a luta.

Com um grande desempenho físico no octógono, o lutador contou com apoio do fernandopolense Lucas durante intensivo tratamento fisioterápico.

Atuando no ramo há 13 anos, o fernandopolense é formado pela Fundação Educacional de Fernandópolis e especialista em fisioterapia esportiva e osteopatia. Lucas sempre sonhou em lutar no UFC (Ultimate Figthing Championship), que é a maior competição de MMA (Artes Marciais Mistas) do mundo.

Mesmo antes de se formar, já lutava Jiu-Jitsu e acreditava que poderia chegar a competir em alto nível.

No entanto, a paixão pela fisioterapia e o talento lhe mostrou outros caminhos que lhe fizeram ser realizado profissionalmente, mesmo não tendo dado sequência ao antigo sonho.

Porém, a vida é sempre uma caixinha de surpresas e o destino lhe proporcionou a chance de realizar, de outra forma, seu sonho.

Há 4 anos ele conheceu o lutador Michel Pereira, que estava treinando em Fernandópolis. Após um entorse no tornozelo, ele foi orientado pelo treinador Alan Sale a procurar o fisioterapeuta Lucas, e daí começou uma amizade.

Anos depois, Michel mais uma vez precisou dos “milagres” do “messias Lucas” e dessa vez num momento crucial de sua carreira: sua última luta prevista em contrato com o UFC, vindo de duas derrotas.

Lucas viajou até os EUA, em Las Vegas para iniciar um tratamento quer duraria apenas uma semana e meia, quando seria a data da luta, vencida no dia 5 deste mês diante do russo Zelim Imadaev.

“Aplicamos vários procedimentos. Como ele compete em alto nível, precisa de sessões de recuperação muscular para manter a alta performance e evitar lesões. No entanto, além disso ele ainda tinha dores de lesões passadas e precisamos cuidar disso”, disse Lucas.

O Paraense Voador foi submetido a vários procedimentos para se currar de lesões no tornozelo, trapézio e na lombar. Fazia até quatro sessões por dia com termografia para avaliar o grau da lesão, crioterapia (imersão no gelo), ventosaterapia, quiropraxia, liberação miofascial global, massoterapia, agulhamento e muita massagem relaxante.

“Não adianta apenas o trabalho do profissional. O atleta tem que ser dedicado. E dedicação nunca faltou ao Michel. Teve dia dele estar na fisio às 5h. E até fazer duas sessões. Para evitar as dores no tornozelo ele cogitou por bandagem, mas garanti a ele que até a luta ele não teria dor alguma, e conseguimos cumprir o objetivo”.

Assim, Lucas garante ter realizado de certa forma seu sonho. “Venho do mundo da luta. Competia no Jiu-jitsu. Sempre foi um sonho ser atleta. A vitória dele e minha contribuição foi uma forma de mostrar que podemos chegar ao nosso sonho por outros meios. No meu caso foi como fisioterapeuta, ajudando ele estar 100% numa luta com repercussão mundial. Quando o árbitro levantou o braço dele eu senti que a vitória era minha também. Coroou todo meu trabalho e noites sem dormir que passei estudando”, afirmou o fisioterapeuta.


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