O valioso tempo dos maduros

O valioso tempo dos maduros

Contei meus anos... Terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora

Contei meus anos... Terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

O valioso tempo dos maduros

Por: Ricardo Gondim

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.

Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha. Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturas.

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.

As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos. Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa.

Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade, quero caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.

O essencial faz a vida valer a pena.

E para mim, basta o essencial!

CRÔNICA

Madre Tereza de Calcutá

Biografia

“Tudo o que fazemos é só uma gota no oceano. Mas se não o fizermos, essa gota se perderá para sempre”. Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu em 1910, em uma família católica de origem albanesa, na região da atual Macedônia. Perdeu o pai quando tinha apenas oito anos e passou a adolescência empenhando-se em atividades paroquiais. Determinada a seguir a vocação religiosa e se tornar missionária, aos 18 anos ingressou na Casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto, na Irlanda, onde recebeu o nome de Teresa, como a sua padroeira, Santa Teresinha de Lisieux.

De lá, foi enviada pela congregação para a Índia, onde as irmãs de Loreto tinham um colégio. Enquanto viveu em Calcutá, de 1930 a 1940, fez a profissão perpétua e os votos de obediência, pobreza e castidade, além de lecionar história e geografia em uma escola secundária. Foi a partir desta época que passou a ser chamada de Madre Teresa.

Em 1946, durante percurso de trem entre as cidades de Calcutá e Darjeeling para o seu retiro anual, ouviu o chamado interior que a incitou a abandonar o convento e viver entre os pobres de Calcutá. Foi o “chamado dentro do chamado”, a “inspiração” para estabelecer a comunidade “Missionárias da Caridade”, dedicada ao serviço dos mais pobres entre os pobres.

Após dois anos de testes e discernimentos, foi autorizada pelo Papa Pio XII a sair do convento de Loreto e viver no mundo dos pobres, com seu característico sári azul de borda branca. 

Conseguiu nacionalidade indiana, visitou famílias em favelas, lavou as feridas de crianças, começou uma escola ao ar livre e cuidou de pobres, doentes e famintos.

Sem fundos financeiros, dependia da Divina Providência e saía com o rosário na mão para encontrar e servir o “indesejado, aquele que não tinha amor, aquele sem cuidados” e, pouco a pouco, foi angariando adeptos à causa.

Em 1950, fundou a congregação das Missionárias da Caridade na Arquidiocese de Calcutá. No início da década de 1960, Madre Teresa começou a enviar suas irmãs para outras regiões da Índia e, o Decreto de Louvor concedido à congregação pelo Papa Paulo VI a incentivou a abrir uma casa na Venezuela, logo seguida por fundações em Roma, Tanzânia, União Soviética, Albânia, Cuba e outras dezenas de países em todos os continentes. Quando Madre Teresa recebeu o Prêmio Nobel da Paz, em 1979, já existiam 158 casas de missão.

Madre Teresa fundou a congregação Missionários e Missionárias da Caridade e mais de 600 missões por toda a Índia e em mais de 100 países. Depois de dedicar toda uma vida aos pobres, morreu aos 87 anos de parada cardíaca. Em 2003, foi beatificada pelo Papa João Paulo II.


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