PANDEMIA

COVID-19: Com queda durante a campanha, média móvel volta ao patamar de antes do período eleitoral

COVID-19: Com queda durante a campanha, média móvel volta ao patamar de antes do período eleitoral

Números de agora são semelhantes ao registrado antes da campanha; situação preocupa autoridades

Números de agora são semelhantes ao registrado antes da campanha; situação preocupa autoridades

Publicada há 3 anos

Gustavo Jesus

O momento de queda dos casos de coronavírus durante o período eleitoral, e o aumento com o fim da campanha, inflamou as redes sociais e rodas de conversas. Frases como “quando tinha campanha o Covid tinha acabado” e “agora que a eleição passou vão fechar tudo de novo” se tornaram frequentes.

A percepção geral da população encontra uma métrica que matematicamente dá razão à voz do povo. 

Segundo dados levantados a partir do boletim do coronavírus emitido pela Prefeitura de Fernandópolis, na sexta-feira depois da eleição do dia 15, portanto, em 20 de novembro, a média móvel dos casos de Covid-19 alcançou patamar próximo ao verificado no dia 25 de setembro, última sexta-feira antes do início da campanha eleitoral. 

Isso indica, ainda que a campanha eleitoral não possa ser qualificada como a única culpada, que as aglomerações causadas com o relaxamento das medidas de distanciamento social por parte da população, fez a cidade “voltar dois meses no tempo”. O movimento segue a tendência de alta em todo o país.

No dia 25 de setembro foram confirmados 60 casos, com o município chegando aos 2.543. A média móvel dos últimos sete dias era de 30,8. A partir do mês de outubro, quando a campanha começava a ganhar timidamente as ruas, a média de casos foi decrescendo semana após semana.

Em 2 de outubro era de 23,7, caiu para 20,7 no dia 9 e chegou em 10 na semana que se encerrou no dia 16. Na semana seguinte houve uma pequena elevação, com 13,8 de média móvel na sexta-feira, 23. Depois deste pico, novas quedas, com 9 casos de média em 30 de outubro e 6,14 em 6 de novembro.

Já próximo ao final de semana das eleições, a média móvel teve um salto de 150,8% chegando em 15,4. Na semana seguinte, encerrada em 20 de novembro a média chegou em 31 casos semanais. Nesta semana houve uma ligeira queda, encerrando o período, na sexta-feira, 27, em 29 casos por dia.

A reta final de campanha, com aumento do fluxo de pessoas, e os reflexos do feriado de Finados são possíveis causas apontadas pelas autoridades de saúde para o aumento de casos.

Este movimento de subida de casos e óbitos de covid-19 no Brasil entre 8 e 21 de novembro ainda não pode ser chamado de segunda onda, mas deve servir de alerta para reforçar o sistema de saúde, avalia o Boletim Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“Ainda não se pode afirmar que o Brasil vive uma segunda onda da pandemia, mas a inversão da tendência de redução desses indicadores [de casos e óbitos] deve servir como alerta para todo o sistema de saúde, no sentido de reforçar a infraestrutura hospitalar e intensificar ações de atenção primária integrada à vigilância”, afirma o boletim, que reitera a importância de combinar o distanciamento social à realização de testes para a identificação ativa de casos e contatos, com isolamento dos casos e quarentena dos contatos.

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