O amor de uma mãe no inferno

O amor de uma mãe no inferno

A história de uma mãe que, de 54 crianças, salvou 52

A história de uma mãe que, de 54 crianças, salvou 52

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Corpo humano: Dádiva de Deus

Por: Redação do Momento Espírita

Quando estamos encarnados, temos um instrumento fantástico que nos serve ao progresso: o nosso corpo. Com ele, podemos promover nosso aprimoramento físico, moral e espiritual.

O pesquisador e neurocientista, David Eagleman, diz que o corpo humano é formado por quarenta trilhões de células. Podemos nos dar conta dessa imensidão de células, que trabalham de forma constante?

Afirma, maravilhado, o cientista: O corpo humano é uma obra-prima de complexidade e beleza. É uma sinfonia de células trabalhando em harmonia.

Podemos dizer que nosso corpo é uma perfeição da natureza, que precisou de milhões de anos de evolução para que chegasse ao que hoje é.

De igual forma concluímos que é muito delicado. É o mesmo David Eagleman que narra o caso de um jovem de dezenove anos, que sofreu um dano grave em seu sistema nervoso. A lesão fez com que ele perdesse a função dos nervos que levam ao cérebro as informações sobre o tato e a capacidade de localização dos membros do corpo.

Os médicos lhe informaram que não poderia mais se mover, porque não teria mais o controle do próprio corpo. Viveria a partir de então em uma cadeira de rodas.

Como uma pessoa que não consegue ter a percepção dos membros de seu corpo poderia se mover?

Contudo, o jovem não aceitou se entregar a uma vida sem movimentos. Passou a se levantar e andar.

A grave questão é que ele não sente suas pernas e braços. Também não sente o chão. Por isso usa a visão para calcular o espaço e poder andar.

Isso lhe exige toda concentração para cada ação que realiza, cada passo que dá. Uma pequena distração pode levá-lo ao chão. Ele precisa pensar atentamente em cada movimento que fará, o que lhe exige igualmente muita determinação.

No entanto, apesar da grande dificuldade, ele se movimenta e segue em frente. Um exemplo da vontade férrea do Espírito sobre a máquina física.

Em nossas vidas, muitas vezes não percebemos a complexidade e a fragilidade de nosso corpo e deixamos de valorizar esse conjunto perfeito que nos permite desde os mais simples aos mais complexos movimentos.

Aprendamos a valorizar essa preciosidade. Deus, o Criador de tudo, o elaborou com precisos detalhes.

Não nos permitamos negligenciar cuidados com ele.

Cautela com nossa alimentação para manter o bom funcionamento dos órgãos.

Não façamos uso de bebidas, medicamentos ou outras substâncias que possam prejudicar o seu funcionamento.

Não esqueçamos dos exercícios físicos para manutenção do seu vigor.

Prestemos atenção aos nossos pensamentos, não alimentando os negativos, a fim de não perturbar a sua harmonia.

Utilizemos a reflexão sobre as nossas emoções que o podem impactar para o bem e para o mal, produzindo enfermidades ou mau funcionamento desse ou daquele órgão.

O corpo físico é o santuário de que nos servimos para nos manifestarmos no mundo. Sirvamo-nos dele com parcimônia, com atenção. Zelemos pela sua conservação para o melhor funcionamento.

E agradeçamos, diariamente, a Deus, por essa dádiva: nosso corpo físico.

Com base no livro: Cérebro / David Eagleman

CRÔNICA

O amor de uma mãe no inferno

Por: Meu Sonho Não Tem Fim

Foi em dezembro de 1944 que tudo começou. Caminhões chegaram ao campo de concentração de Bergen-Belsen, na Alemanha, e despejaram 54 crianças. A mais velha tinha 14 anos e havia muitos bebês.  

 No alojamento das mulheres, Luba Gercak dormia. Acordou sua vizinha de beliche e lhe perguntou:

- Está escutando É choro de criança.

A vizinha de beliche lhe disse que voltasse a dormir. Ela devia estar sonhando.

Todos conheciam a história de Luba. Ainda adolescente, se casara com um marceneiro e tiveram um filho, Isaac. Quando veio a guerra, os nazistas lhe arrancaram dos braços o filho de três anos e o jogaram em um caminhão, junto com outras crianças e velhos. Todos inúteis para o trabalho e, portanto, com destino certo: a câmara de gás. Posteriormente, ela pôde ver outro caminhão arrastando o corpo, sem vida, do marido.

No primeiro momento, desistira de viver. Depois a fé lhe visitou a alma e ela percebeu que Deus esperava muito mais dela. Então, passou a ser voluntária nas enfermarias.

Agora, Luba ouvia choro de crianças. Quem seriam?

Abriu a porta do alojamento e viu meninos, meninas, bebês apinhados, em choro, no meio do campo. Separados de seus pais, se encontravam desnorteados e tinham fome e frio.

Luba as trouxe para dentro. E com o intenso protesto das demais ocupantes do infecto alojamento, ela as repreendeu, dizendo:

- Vocês não são mães? Se fossem seus filhos, diriam para que eu os deixasse morrer de frio? Eles são filhos de alguém.

Em verdade, o que suas companheiras temiam era a fúria dos soldados da SS.

Luba agradeceu a Deus por ter lhe enviado aquelas crianças. O seu filho morrera, mas, faria tudo para que aquelas crianças vivessem.

Foi até um oficial da SS no acampamento e lhe contou o que fizera. Pôs sua mão no braço dele e suplicou. Ele se deu conta que ela o tocara, o que era terminantemente proibido, e lhe aplicou um soco em pleno rosto, fazendo-a cair.

Crianças em campo de concentração nazista. Foto: Ilustração / Domínio Público

Ela se levantou e com o seu lábio sangrando muito falou:

- Sou mãe. Perdi meu filho em Auschwitz. Você tem idade para ser avô. Por que há de querer maltratar crianças e bebês?

- Fique com elas. Foi a resposta seca do oficial.

Mas, ficar com elas não era suficiente. Era necessário alimentá-las. Nos dias que se seguiram, todas as manhãs, ela perambulava pelo depósito, cozinha e padaria, implorando, barganhando e roubando alimentos.

Os meninos ficavam à janela e quando a viam chegar diziam uns aos outros:

- Lá vem irmã Luba. Ela traz comida pra nós!

À noite, ela cantava canções de ninar e as abraçava. Era a mãe que lhes faltava. As crianças, que falavam holandês, não entendiam as palavras de Luba, que era polonesa, mas, compreendiam seu amor.

Em 15 de abril de 1945, os tanques britânicos entraram no campo, vitoriosos e em seis idiomas passaram a rugir os alto-falantes: Estão livres! Livres!

Luba conseguira salvar 52 das 54 crianças que adotara como filhos do coração.

Em abril de 1995, 50 anos após a libertação, cerca de 30 homens e mulheres se reuniram na prefeitura de Amsterdã para homenagear aquela mulher, que recebera, em nome da Rainha Beatriz da Holanda, a medalha de prata por serviços humanitários.

No entanto, declarou que sua maior recompensa era estar com aqueles seus filhos que, com o apoio de Deus, conseguira salvar da sombra dos campos da morte.

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