NO JACAREZINHO

Especialista defendia: remover corpos sem perícia é crime de fraude processual

Especialista defendia: remover corpos sem perícia é crime de fraude processual

Veja vídeo em que Levi Inimá de Miranda fala que a “polícia mata, depois finge prestar socorro”

Veja vídeo em que Levi Inimá de Miranda fala que a “polícia mata, depois finge prestar socorro”

Publicada há 2 anos

Helicóptero da Polícia Civil sobrevoa a comunidade do Jacarezinho - Foto: Gustavo Oliveira/Futura Press

João Leonel

Após vários sites e jornais destacarem em manchetes a remoção de corpos dos locais onde estavam, sem a devida perícia, durante ação da Polícia Civil na favela do Jacarezinho, Rio de Janeiro, as considerações do perito legista Levi Inimá de Miranda se tornam fundamentais. Ele faleceu em novembro de 2019.

Autor do livro "Balística Forense: do Criminalista ao Legista", uma das obras mais atuais e respeitadas sobre o assunto no Brasil, Inimá defendia que adulterar cena de homicídios é “crime de fraude processual”.

De acordo com o “Antagonista”, a Polícia Civil do Rio de Janeiro “afirmou que é possível fazer a perícia de local já sem os corpos”.

Registros de ocorrência da operação que matou 28 pessoas no Jacarezinho indicam que 24 corpos de suspeitos foram removidos sem perícia de local, informou o Portal G1, do Globo.com.

No sábado (8), 4 suspeitos que foram presos na operação afirmaram, em depoimento, que foram obrigados a levar corpos de suspeitos mortos para dentro de blindados da polícia. 

Veja vídeo em que Levi Inimá de Miranda, condecorado com o título de Membro Honorário da Aeronáutica – pelos serviços prestados como professor na Universidade da Força Aérea –, fala que a “polícia mata, depois finge prestar socorro”.

Um pouco mais sobre atuação da perícia criminal oficial em local de crime e a devida preservação das provas: preservação completa e eficaz do local, bem como o treinamento dos profissionais que entram em contato com todo e qualquer vestígio ali encontrado, para que os mantenham inalterados até a chegada do perito oficial, que fará sua devida coleta. É importante que todos que tenham acesso à cena do crime, desde o primeiro policial a chegar ao local, saibam conduzir uma eficaz preservação para garantir que nenhum vestígio se perca nem seja alterado, garantindo assim que o laudo que constará no processo criminal possa conduzir as alegações no caminho da veracidade do que ali aconteceu.

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