AGRESSÃO

Funcionária de padaria tem braço quebrado após pedir para cliente colocar máscara

Funcionária de padaria tem braço quebrado após pedir para cliente colocar máscara

Adriana Araújo da Silva, de 38 anos, precisou passar por cirurgia para colocar uma placa de metal

Adriana Araújo da Silva, de 38 anos, precisou passar por cirurgia para colocar uma placa de metal

Publicada há 2 anos

Funcionária de padaria é agredida por clientes após pedir para homem colocar máscara — Foto: Fernando Daguano/TV TEMFuncionária de padaria é agredida por clientes após pedir para homem colocar máscara - Foto: Fernando Daguano/TV TEM

Da Redação/G1

A atendente Adriana Araújo da Silva, de 38 anos, que foi agredida após pedir para um cliente colocar a máscara de proteção contra o novo coronavírus em uma padaria de Palmares Paulista, afirmou que sentiu medo de morrer durante as agressões.

O caso foi registrado na tarde da última sexta-feira, 11. A vítima ficou com hematomas por todo o corpo e precisou ser submetida a um procedimento cirúrgico por conta de uma fratura em um dos braços.

“Eu vi a morte. Lembrava da minha mãe, dos meus filhos, não acreditava que iria sobreviver. Tinha muita gente olhando, mas ninguém fazia nada. Olhei o sangue e pensei que morreria”, desabafou a atendente.

Segundo Adriana, o homem, identificado como Márcio Roberto Rodrigues, de 45 anos, entrou na padaria com a máscara para baixo do queixo e ficou nervoso depois de ser avisado sobre a obrigatoriedade de usar o acessório de forma correta.

“Ele jogou as coisas que ficam no balcão em cima de mim. Não satisfeito, deu a volta e entrou. Saí correndo e fiquei na frente da padaria, achando que o cliente pararia. Assustei e saí correndo, pedindo por ajuda, mas ele me acompanhou e me deu uma rasteira. Tentei levantar, mas o homem chutou e quebrou meu braço”, afirmou Adriana.

Depois de receber ajuda de uma amiga que presenciou as primeiras agressões, a atendente conta que conseguiu se levantar e correu para uma casa, que estava com o portão aberto. Porém, Márcio seguiu a vítima novamente.

“O dono da casa pediu para sairmos. Eu dei a volta no carro, com o braço quebrado, e consegui chegar a uma outra padaria. Encontrei o dono e a mulher na porta. O homem chegou e deu um soco no dono da padaria. Sentei na calçada. Ele veio e bateu minha cabeça no joelho dele”, relembrou a vítima.

Enquanto era agredida pela segunda vez, Adriana se levantou, correu e encontrou uma moradora, que a abraçou e a colocou para dentro de uma casa. Em seguida, a atendente foi levada para o pronto-socorro de Catanduva (SP).

“Aconteceu tudo isso por causa de uma máscara. Não o conhecia. Ele simplesmente não quis colocar a máscara. Ele era enorme. Se eu não tivesse corrido, não estaria aqui. Não sei de onde achei forças para correr”, disse atendente.

“Quero Justiça. Quero que seja preso e pague por tudo, inclusive pela minha cirurgia. Ganho um salário mínimo. Estava trabalhando. Ele entrou no meu serviço e fez isso. Não sei por quanto tempo vou ficar nessa situação. Enquanto eu estava no hospital, com dor e sofrendo, o homem estava na casa dele. Não é justo”, complementou.

Moradores revoltados

Segundo o boletim de ocorrência, moradores ficaram revoltados com a confusão, agrediram o homem e acionaram a Polícia Militar, que enviou viaturas para o bairro Jardim União.

De acordo com o boletim de ocorrência, o agressor também precisou ser levado ao pronto-socorro e, posteriormente, à delegacia, onde foi liberado na presença da advogada.

Ele não prestou depoimento ao delegado de plantão, pois estava sob “efeito de medicação ministrada” pela equipe médica para acalmá-lo.

O caso foi registrado como lesão corporal e a Polícia Civil vai decidir se um inquérito será instaurado.


Fonte: g1.globo.com

últimas