PANDEMIA

O drama do lado de fora do hospital; tensão e medo afligem fernandopolenses

O drama do lado de fora do hospital; tensão e medo afligem fernandopolenses

O Extra.net conta a história de famílias que internaram seus parentes infectados com a Covid-19 e viveram dias de medo

O Extra.net conta a história de famílias que internaram seus parentes infectados com a Covid-19 e viveram dias de medo

Publicada há 2 anos

Breno Guarnieri

Acompanhar um parente no hospital sempre foi comum. Há famílias que fazem revezamento para não deixar o paciente sozinho, principalmente, quando ele é mais idoso ou quando se trata de criança. Em época de pandemia o cenário muda.

As pessoas infectadas, sem distinção, são isoladas das pessoas que não pegaram a doença, de modo a seguir protocolos, impedindo acompanhantes nas alas clínicas. Os casos mais graves, quando o paciente fica entubado e, portanto, sem poder sequer usar o telefone, são também os mais agonizantes para os familiares.

O Extra.net conta a história de famílias que passaram por essa situação, durante dias, em Fernandópolis.

Ela venceu a covid-19

O professor Gustavo Ferreira, morador no Parque Universitário, zona sul de Fernandópolis, viveu o drama do coronavírus na família como acompanhante. Impedido de permanecer com a mulher no hospital, onde ela ficou internada por dez dias sem também receber visitas dos filhos. “É muito complicado viver essa doença (Covid-19). São dias de angústia e sofrimento. Mas minha mulher foi forte e corajosa, e venceu a doença. O alívio não tem como mensurar. Só agradecer a equipe médica e todos os profissionais de saúde de Fernandópolis. São todos muito guerreiros”, destacou Gustavo. 

Isolados

"A gente fica preocupada, porque os pacientes ficam no isolamento, sozinhos, sem a família", salientou a aposentada Noemi Oliveira, que teve a sua irmã, internada na Santa Casa de Fernandópolis, com sintomas da Covid-19. “Após muita angústia da nossa família no acompanhamento à distância, ela sobreviveu. É uma mulher incrível. Foi muito guerreira, pois passou dias ruins no hospital. As pessoas precisam se cuidar. É uma doença fatal e que não escolhe idade”, diz a aposentada.

Na família Oliveira, outras três pessoas foram infectadas com a doença. “Dois primos e uma sobrinha também contraíram a doença. Todos se curaram e passam bem. Apesar da minha sobrinha ter ficado ainda com algumas sequelas”, acrescenta Noemi, moradora no bairro Brasilândia, zona leste do município.     

É uma avalanche

A autônoma Vanessa Duarte, até a última quinta-feira, estava com o pai, internado, pelo menos desde o último dia 4, na Santa Casa de Fernandópolis. Ela relata que o pai sofreu com falta de ar. “Parecia um filme de terror. Meu coração gelou. A Covid-19 é uma avalanche. Vi muito sofrimento em pessoas que tiveram seus parentes em estado mais grave. Meu pai não precisou ir para a UTI, mas eu senti muito medo antes da nossa vitória, que foi a alta médica dele”, desabafa Vanessa, que mora no Jardim Paraíso, zona norte de Fernandópolis. 

Números

Para se ter uma dimensão do atual cenário, no mês de junho, em 18 dias, foram registrados 35 mortos e 1.182 novos casos de Covid-19 em Fernandópolis, que acumula, desde o início da pandemia, 263 óbitos e 10.407 casos positivos.


Do lado de fora: familiares de pacientes internados com Covid-19 relataram dias de angústia e medo 



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