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Teve Covid e ficou com sequelas? Conheça o “Projeto Com.Vida”

Teve Covid e ficou com sequelas? Conheça o “Projeto Com.Vida”

Iniciativa tem a proposta de dar apoio a pacientes que sofreram gravemente complicações causadas pelo coronavírus

Iniciativa tem a proposta de dar apoio a pacientes que sofreram gravemente complicações causadas pelo coronavírus

Publicada há 2 anos

Projeto fornece todo o atendimento que o paciente necessita após internação em estado grave de Covid-19

João Leonel 

Os brasileiros que estão conseguindo vencer o vírus acabam com muitas sequelas permanentes e irreversíveis. É o caso da dentista e idealizadora do “Projeto Com.Vida”, Raquel Trevisi, que teve Covid-19 de forma grave, necessitando de 30 dias de internação e 20 dias de UTI. 

“Tive 85% de comprometimento nos pulmões, duas intubações, trombose no braço e perna, infecção no sangue. Tive alta hospitalar apenas movimentando o pescoço, posso até dizer que saí com um quadro de tetraplegia temporária”, relembra.

Diante da desassistência de muitas pessoas, por não terem condições financeiras para a plena recuperação, presenciando e sentindo os custos de arcar com as sequelas deixadas pelo coronavírus, e nada sendo falado a respeito em nenhuma cidade, Raquel criou o projeto no qual diversos voluntários adotam pacientes que saem de hospitais públicos para o tratamento pós hospitalização. 

“No projeto fornecemos todos os atendimentos que o paciente necessita, como fisioterapia, fonoaudiólogo, psicólogo, médico, enfermeiro, nutricionista, medicamentos, exames, tudo sem custos e de forma voluntária. Desde que estava internada na UTI, em estado grave, pensava sobre os tratamentos após alta. E a partir de uma conversa com a chefe de enfermagem da UTI, em casa, a questionei e constatei que muitas pessoas realmente não recebem a assistência necessária pós Covid”, reforça Raquel. 

Com o projeto não são apenas os pacientes ajudados, mas sim as famílias. “Pois uma situação como essa adoece a família inteira, desestabiliza e desestrutura a todos”, desabafa. 

Para Raquel, a dor da Covid é dobrada. Além de ficar internada e ter inúmeras sequelas, a dentista também perdeu o pai em janeiro desse ano. 

“Consigo então, pela dor, enxergar os dois lados. O lado de quem passa pela forma grave de luta para viver, e daquele que sofre a angústia em ver a pessoa que ama em uma luta constante e a perda de um ente querido. A Covid é algo inimaginável. Somente quem passa por essa doença, e dessa forma sabe a angústia e sofrimento. O quão é preciso, além de todo respaldo para recuperação, o acolhimento, amor e esperança de que um dia tudo ficará bem”, complementa Raquel.

Para os interessados no atendimento do Projeto Com.Vida, ou em ser voluntário dessas ações, as informações para adesão estão na página do instagram da Raquel Trevisi (@raqueltrevisi). Para informações e atendimento psicológico online com a Dra. Luciana Deutscher acesse https://lucianapsicologiapositiva.com.br

O QUE É

O “Projeto Com.Vida” é um trabalho voluntário que proporciona assistência aos pacientes com sequelas de Covid grave, cuida e acolhe psicologicamente e fisicamente para a retomada da vida. O projeto conta com voluntários como médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, enfermeiros, cirurgiões dentistas, fonoaudiólogos, educadores físicos, psicólogos, acolhimento e terapias integrativas. O projeto também recebe doações para compra de medicamentos, suplementações, cestas básicas e alguns custos necessários na assistência de determinados pacientes.

O atendimento é direcionado para pós Covid grave, porém, todas as solicitações de assistência para pós Covid de forma leve e moderada são recebidas e respondidas por uma equipe de acolhimento.

Para qualquer atendimento é necessário o preenchimento do formulário de pré-cadastro que consta no em nossa página linktr.ee/projeto.com.vida (as mensagens via direct do Instagram ou Facebook, devido a demanda, não são válidas como solicitação de atendimento).

Algumas sequelas que foram percebidas em casos pós COVID-19: Ansiedade, perda de memória, dificuldade motora, falta de ar, cansaço...

Aqueles que não precisam de uma reabilitação, mas sofrem pela doença de alguma forma, traumas deixados, perdas de algum familiar (muitas vezes de forma coletiva), são encaminhados para o grupo de Acolhimento onde todos "trocam suas dores" amenizando o sentimento desolador que o sofrimento e o medo trazem neste momento.

Com atualização mais recente sendo realizada em 20 de maio, o “Com.Vida” havia arrecadado R$ 12 mil, contava com 500 voluntários e acompanhava 120 pessoas.

Veja como ser doador, voluntário e receber auxílio clicando aqui

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