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Maioria da população ainda teme aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros, revela RADAR FEBRABAN

Maioria da população ainda teme aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros, revela RADAR FEBRABAN

Em relação a março, houve melhora da percepção sobre os aspectos econômicos

Em relação a março, houve melhora da percepção sobre os aspectos econômicos

Publicada há 2 anos

Medo de desemprego e inflação: 71% não acredita na retomada da economia, no  Nordeste | Economia O POVO - Notícias em Fortaleza, Ceará e Mundo

Os brasileiros permanecem apreensivos e temem o aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros - Foto: Reprodução

Da Redação

A recente aceleração do processo de vacinação contra o Covid-19 ainda não foi suficiente para reverter as expectativas dos brasileiros sobre o desempenho da economia brasileira e de sua própria condição financeira. Os brasileiros permanecem apreensivos e temem o aumento do desemprego, da inflação e das taxas de juros.

Levantamento da segunda edição do RADAR FEBRABAN mostra que metade dos entrevistados (52%) não acreditam que a situação financeira pessoal se recupere ainda esse ano e cerca de dois terços dos entrevistados (68%) não acreditam que a economia brasileira se recupere ainda esse ano.

"A pesquisa revela que os números do levantamento atual estão, na sua maioria, melhores se comparados aos de março de 2021, mas o brasileiro ainda mostra apreensão quanto à economia", diz Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN. "Esse cenário mostra que ainda precisamos perseverar nas reformas estruturais e na melhoria do ambiente econômico no país."

Realizada no período de 18 a 25 de junho, com 3 mil entrevistados em todas as cinco regiões do País, a segunda edição do RADAR FEBRABAN avaliou a evolução da expectativa dos brasileiros sobre os seguintes temas e apresenta um recorte regional:

• Situação da economia e consumo

• Bancos

• Segurança e compartilhamento de dados

• Meios de informação

A pesquisa se soma ao Observatório FEBRABAN e à FEBRABAN News, criados em 2020, como instrumentos para estreitar o diálogo do setor bancário com os brasileiros, tornando-se polo de notícias, conteúdo e ponto de encontro de debate.

O levantamento também ouviu os brasileiros sobre o Open Banking e constatou que a maioria não conhece o novo sistema que permitirá ao cliente administrar suas informações financeiras para buscar melhores opções no mercado. Mas ao serem informados sobre o conceito, quase metade tem avaliação positiva. Cerca de um terço demonstra predisposição de aderir, enquanto metade se mostra cautelosa e menos de um quinto tem maior resistência em relação a esse sistema.

Sobre os bancos, a avaliação da população é ainda mais positiva. "Diante de um cenário de incertezas, o RADAR FEBRABAN investigou a opinião em relação aos bancos e identificou a melhoria da avaliação sobre as contribuições desse setor para o país e a população", aponta o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (IPESPE), responsável pela pesquisa.

A seguir, alguns pontos revelados pelo RADAR FEBRABAN:

RECUPERAÇÃO ECONÔMICA

Permanece grande o número de brasileiros apreensivos em relação à economia do país e apontando dificuldades financeiras na sua vida e da sua família. Metade dos entrevistados (52%) não acreditam que a situação financeira pessoal se recupere ainda esse ano, enquanto 23% são mais otimistas - praticamente os mesmos percentuais do levantamento de março.

Quanto à economia do país, o percentual de brasileiros preocupados permanece elevado, embora tenha ocorrido um recuo do pessimismo na comparação com a rodada anterior. Cerca de dois terços dos entrevistados (68%) não acreditam que a economia brasileira se recupere ainda esse ano - eram 75% em março. A expectativa de recuperação em 2021 cresceu para 13%, ante 9% no levantamento anterior.

Apenas 13% acham que a economia brasileira tem chance de se recuperar ainda em 2021.

Ainda predominam prognósticos desfavoráveis, mas houve melhoria da percepção sobre todos os aspectos econômicos avaliados, considerando os próximos seis meses, comparativamente à pesquisa anterior. Mais da metade da população (52%) acha que o desemprego vai aumentar (70%, antes), 73% apostam no crescimento da inflação/custo de vida (80%, antes) e 72% da taxa de juros (76%, antes).

Quanto ao acesso ao crédito das pessoas e das empresas, é maior o contingente que acredita em aumento (36%) do que em diminuição (26%), e para 33% vai ficar igual (esses percentuais eram 30%, 35% e 29%, respectivamente).

Para 48% dos entrevistados, o poder de compra das pessoas deve diminuir, ao passo que 25% preveem um aumento e 23% consideram que não sofrerá alteração. No levantamento anterior, eram 64%, 16% e 18%.

CONSUMO

Sobre o futuro, caso a situação financeira melhore, cerca de um terço dos entrevistados deseja investir seus recursos extras em poupança (32%) ou outro tipo de investimento bancário (34%). Gastar com viagens é a opção de 29% dos entrevistados e para 27%, é mais interessante investir em imóveis. Destinar dinheiro extra para melhorar a sua educação e de seus familiares é opção de 26% das pessoas.

Opções como reformar casa ou comprar carro foram mencionadas, respectivamente, por 24% e 19% dos entrevistados. Menos de um quinto cita a compra de eletrodoméstico e eletrônico (15%) e a contratação ou melhoria do plano de saúde (12%); a expectativa por investimento em seguros (carro, casa ou vida) é de 9% e em compra de moto é de 5%.

Comparativamente ao levantamento anterior, as expectativas avançaram em relação à maioria dos tipos de investimentos, exceto os relacionados ao plano de saúde (caiu de 17% para 12%). As principais variações no ranking de expectativas sobre investimentos se deram em relação a outros investimentos bancários diferentes da poupança (aumento de 7 pontos) e compra de carro (aumento de 8 pontos).

CONTRIBUIÇÃO DOS BANCOS

Melhorou a avaliação sobre as contribuições das instituições financeiras para o país e a população. Mais da metade dos entrevistados acham que os bancos contribuem positivamente para o desenvolvimento da economia brasileira (53%) - em março eram 51% - e para ajudar o país, a população e seus clientes a enfrentarem a crise da Covid-19 (52%) - antes eram 45%.

Chega a 45% o número de pessoas que avaliam a contribuição positiva dos bancos em relação à melhoria na qualidade de vida dos brasileiros (antes 42%) e a 43% os que identificam essa contribuição positiva na geração de empregos (antes 40%).

IMAGEM DAS EMPRESAS

Quase a totalidade dos entrevistados relaciona a imagem de uma empresa à prática adotada em relação ao cuidado com o meio ambiente e à atenção dada a questões sociais. A responsabilidade da empresa nesses aspectos é muito importante para 46% das pessoas e importante para 40%.

OPEN BANKING E COMPARTILHAMENTO DE DADOS

Open Banking é desconhecido para 57% dos entrevistados, enquanto 41% dos entrevistados já ouviram falar. Depois de serem informados de que se trata de "um sistema em que a pessoa autoriza o compartilhamento dos seus dados e seu histórico financeiro entre bancos que desejar, de forma que o setor bancário possa conhecer o perfil do cliente e oferecer-lhes novos produtos e serviços mais personalizados" - 45% expressam opinião positiva sobre o produto, 20% consideram negativo e 28% disseram que não é nem positivo nem negativo.

O potencial de adesão ao Open Banking é de 16% (pessoas que "com certeza" irão aderir) e mais 46% que "podem ou não" aderir; ao passo que 30% disseram "com certeza" não irão aderir.

A íntegra do segundo levantamento RADAR FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN News-IPESPE pode ser acessada neste link .

O recorte regional poderá ser visto aqui .


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