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TCU vai investigar militares por suspeitas em licitações de até R$ 120 milhões

TCU vai investigar militares por suspeitas em licitações de até R$ 120 milhões

Ambos os certames foram vencidos por duas empresas de Brasília que têm os mesmos donos

Ambos os certames foram vencidos por duas empresas de Brasília que têm os mesmos donos

Publicada há 2 anos

Sede do Tribunal de Contas da União, em Brasília: investigação da Secretaria de Controle Externo de Aquisições Logísticas (Selog), do TCU, identificou várias licitações vencidas pela Forma Office e pela Forma Style com indícios de irregularidades, promovidas pelo Comando da 11ª Brigada de Infantaria Leve (em 2019) e pelo Grupamento de Apoio de Barbacena, no ano passado - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

Da Redação

O jornal "O Estado de São Paulo" traz informações exclusivas sobre a investigação de licitações que podem atingir militares que ocupam cargos no atual governo federal.

A reportagem do 'Estadão' procurou o Ministério da Defesa e uma empresa envolvida, mas não obteve resposta. O Ministério da Defesa somente confirmou que enviou questionamentos aos comandos da Aeronáutica e do Exército.

Os ministros do Tribunal de Contas da União (TCU) determinaram na última semana, dia 14, a investigação da conduta de militares do Exército e da Aeronáutica que teriam agido para favorecer uma empresa de Brasília em uma licitação de compra de móveis de escritório. Um dos certames, conduzido por uma unidade do Exército, poderia alcançar a cifra de R$ 120 milhões.

O caso foi relatado pelo ministro Benjamin Zymler, e o acórdão do julgamento é público. As licitações investigadas pelo TCU foram promovidas pelo Grupamento de Apoio de Barbacena, unidade da Aeronáutica no município mineiro; e pela 11ª Brigada de Infantaria Leve do Exército, localizada em Campinas (SP). Nesta última, o valor a ser adquirido pela União poderia chegar a R$ 120 milhões, segundo o TCU. 

No caso da licitação do interior de São Paulo, o objetivo era formar uma “ata de registro de preços” — isto é, um documento oficial que permitiria a compra dos mesmos itens por vários órgãos federais, pelos preços ajustados e com a empresa vencedora. A ata contaria com 112 tipos de itens, como mesas, armários, gaveteiros, estações de trabalho, lixeiras, poltronas giratórias, cadeiras e sofás.

Na Aeronáutica, o pregão era para a compra de pouco mais de mil poltronas acolchoadas para um auditório, batizado em homenagem ao brigadeiro e ex-ministro da Aeronáutica Eduardo Gomes (1896-1981). Neste caso, o valor foi estimado em pouco menos de R$ 1 milhão.

Além das suspeitas de irregularidades, o que une as duas licitações é a empresa vencedora. Ambos os certames foram vencidos por duas empresas de Brasília e que têm os mesmos donos: a Forma Office e a Forma Style. Em seu site, a empresa afirma ter sido criada em 2008 por dois empresários - Gilberto Schoffen e Gil Campos - com “o objetivo de vender mobiliário de escritório de qualidade para as diversas repartições públicas existentes na capital da República”.


Fonte: Estadão

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