PANDEMIA

Variante Ômicron já chega a quatro continentes; Brasil investiga um caso

Variante Ômicron já chega a quatro continentes; Brasil investiga um caso

OMS declarou que o risco global relacionado à variante Ômicron do coronavírus é "muito alto"

OMS declarou que o risco global relacionado à variante Ômicron do coronavírus é "muito alto"

Publicada há 2 anos

Hoje começam a valer restrições brasileiras a viajantes, enquanto brasileiros na África do Sul buscam apoio consular para tentar voltar ao País - Foto: Reprodução

Da Redação/Estadão Conteúdo

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) identificou um caso positivo de Covid-19 em um passageiro brasileiro com passagem pela África do Sul e que desembarcou no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, no último sábado (27). Não há ainda a confirmação que o caso seja da variante Ômicron, já identificada em quatro continentes (Ásia, Europa, Oceania e África) e mais de dez países, que vem assustando cientistas e autoridades.

Hoje começam a valer restrições brasileiras a viajantes, enquanto brasileiros na África do Sul buscam apoio consular para tentar voltar ao País.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou neste domingo (28) que os cuidados com a Ômicron são os mesmos tomados com cepas anteriores e trata-se de "uma variante de preocupação" e não de uma "variante de desespero". O ministro assegurou que as autoridades sanitárias brasileiras têm "todas as condições para assistir a população. A principal arma que nós temos para enfrentar essas situações é a nossa campanha de imunização”, disse.

O secretário de Atenção Especializada à Saúde, Sérgio Yoshimasa Okane, afirmou que o ministério está monitorando leitos para Covid-19. Caso seja necessário, unidades que foram fechadas após a diminuição dos casos podem ser reabertas. "O ministério tem uma reserva estratégica (de medicamentos do chamado ‘kit intubação’), caso haja um aumento do número de pacientes que necessitem. Nós temos recursos, insumos para um eventual aumento do número de casos", acrescentou.

Até o momento, casos da nova variante foram detectados em África do Sul, Reino Unido, Alemanha, Itália, Holanda, Dinamarca, Bélgica, Botsuana, Israel, Austrália e Hong Kong. A Áustria analisa um caso suspeito, enquanto o ministro da Saúde da França, Olivier Veran, admitiu que a cepa já deve estar em circulação no território.

Voos

A partir desta segunda (29), e por um prazo inicial de 14 dias, o Brasil proibirá voos internacionais que tenham origem ou passagem por África do Sul, Botsuana, Essuatíni, Lesoto, Namíbia e Zimbábue. A entrada de brasileiros, contudo, não está suspensa. Mas o viajante brasileiro procedente ou com passagem por esses países africanos nos últimos 14 dias antes do embarque, ao ingressar no território brasileiro, deverá permanecer em quarentena por 14 dias na cidade do seu destino final.

Ontem, o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, disse que as restrições de viagens impostas aos países do sul da África são injustificadas e os países ricos deveriam ajudar na produção de vacinas. Uma força-tarefa está trabalhando para tornar o imunizante obrigatório na África do Sul para locais de trabalho e para frequentar lugares públicos. Ramaphosa disse que, por enquanto, o que se sabe é que essa variante tem mais mutações do que qualquer outra.

Risco global referente à variante Ômicron do coronavírus é muito alto, diz OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, nesta segunda-feira, 29, que o risco global relacionado à variante Ômicron do coronavírus é "muito alto", dadas as possibilidades de que a cepa escape à proteção das vacinas disponíveis e tenha "vantagens" na transmissibilidade.

"Dependendo dessas características, pode haver surtos futuros de Covid-19, que podem ter consequências graves, dependendo de uma série de fatores, incluindo os lugares onde esses picos podem ocorrer", explicou a entidade, em relatório técnico.

A OMS ressaltou que a cepa, caracterizada como "variante de preocupação" na sexta-feira, tem até 36 mutações na proteína S ("spike" ou espícula), usada pelo vírus como veículo de ligação com as células humanas. Segundo a Organização, essa característica é "preocupante" porque tem potencial de reduzir a eficácia dos imunizantes.

O organismo sanitário, contudo, destaca que ainda há incertezas em relação à efetividade das vacinas, o nível de transmissibilidade da variante e a capacidade dela de causar casos graves da Covid-19.

A OMS exorta a comunidade internacional a acelerar a campanha de vacinação, especialmente entre os grupos mais vulneráveis, e preparem os sistemas de saúde.

"O uso de máscaras, distanciamento físico, ventilação do espaço interno, prevenção de multidão e higiene das mãos continuam fundamentais para reduzir a transmissão do SARS CoV-2, mesmo com o surgimento da variante Ômicron", reitera a OMS.


Fonte: Estadão Conteúdo

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