Crônica: O maior legado

Crônica: O maior legado

A história de uma mãe que faleceu e deixou seus cinco filhos

A história de uma mãe que faleceu e deixou seus cinco filhos

Publicada há 6 meses

MINUTINHO

Gratulação

Por: Joanna de Ângelis / Divado Franco 

Nas aflições, fácil é o homem esquecer as doações que recebeu do Senhor da Vida.

Por qualquer problema, a contrariedade o perturba, fazendo que blasfeme ou se rebele.

Diz-se que a vida não merece ser vivida, tantas decepções e lutas tramam contra a paz.

E há tanta beleza e harmonia na Terra!

Mas, acostumado às bênçãos, o homem só as valoriza quando se priva de alguma delas.

É necessário sair do castelo do eu para examinar e valorizar os tesouros de que pode dispor, exaltando a glória de viver.

Se possuis visão, audição e saúde, lembra os que perderam qualquer dessas coisas.

Se tens lar, recorda os desabrigados; se és pai ou mãe, pensa nos privados dessa dádiva. 

Se te falta algo, tem paciência e espera. Ninguém é completo, mas ninguém é abandonado.

Os que te parecem felizes, apenas parecem.

A gratidão é rara entre os homens. Habituados à ambição desmedida, da vida só desejam gozar, esquecendo a aspiração que conduz à plenitude permanente – a dos valores eternos.

CRÔNICA

O maior legado

Por: Pat Laye 

Tudo aconteceu mais ou menos assim, na casa de Clara. Eles eram cinco filhos, de idades entre doze a dois anos. A mãe era uma pessoa alegre e que nunca estava ocupada demais para eles. Ela parava de passar roupa para ajudar em qualquer projeto da escola ou desligava o aspirador de pó para convocar todos para um passeio na praça para colher borboletas para o projeto de ciências de algum deles.

As vidas daquelas crianças eram repletas de divertimento e de amor. Até o dia em que a mãe reuniu os cincos filhos e lhes contou que tinha um tumor terminal no cérebro e que lhe restava apenas alguns meses de vida.

Houve soluços, muito choro, lágrimas e mais lágrimas. Mas, ela lhes disse que o maior presente que poderiam lhe dar era tocar a vida como se nada estivesse errado. Queria que suas últimas recordações fossem felizes. E todos concordaram em se esforçar.

Então, ela morreu e, nas semanas seguintes, a angústia e a dor daquela família parecia algo impossível de se descrever, até o dia em que Clara foi vestir a irmã mais nova para a escola e encontrou um bilhete engraçado que a mãe escondera dentro da meia da menina. Era como ter a mãe de volta.

Nos dias que se seguiram, toda a família virou a casa de cabeça para baixo à cata de mais recados. Cada nova mensagem encontrada era compartilhada, lida e relida.

No Natal, ao tirarem os enfeites do armário, encontraram uma maravilhosa mensagem. 

Nos anos posteriores, as mensagens continuaram a surgir, esporadicamente. Na formatura de Clara, no seu casamento. Até mesmo no dia em que nasceu o primeiro filho de Clara, chegou um cartão com uma comovente mensagem.

Cada filho recebeu esses bilhetes curtos e engraçados, ou cartas repletas de amor, até o último se tornar adulto.

É que a mãe havia confiado cartas e cartões a amigos, para serem entregues nas datas especiais, aos seus filhos.

O marido se casou outra vez e, no dia de seu casamento, um amigo lhe entregou uma carta escrita pela esposa, para ser lida pelos filhos. Ela desejava ao marido felicidades e instruía aos filhos a cercarem a madrasta de amor, pois tinha imensa fé de que o pai jamais escolheria uma mulher que não fosse generosa e carinhosa, para com seus preciosos amores.

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