ARQUEOLOGIA

Descoberta de crocodilo de 80 milhões de anos em Fernandópolis é destaque em revista científica internacional

Descoberta de crocodilo de 80 milhões de anos em Fernandópolis é destaque em revista científica internacional

Publicação na Sociedade Americana de Anatomia

Publicação na Sociedade Americana de Anatomia

Publicada há 1 mês

Prof. Cadu em um afloramento de rochas onde normalmente se encontram os raros fósseis na região. Foto: Arquivo Pessoal

Da Redação

No último dia 1º de março, pesquisadores brasileiros, dos quais um fernandopolense, publicaram um artigo em uma conceituada revista científica internacional, a “The Anatomical Record”, uma publicação periódica da Sociedade Americana de Anatomia (Organização fundada em 1906).

O pesquisador fernandopolense é o Prof. Dr. Carlos Eduardo Maia de Oliveira (conhecido como Prof. Cadu), professor do Instituto Federal de São Paulo, Campus Votuporanga, e que publica, esporadicamente e de forma voluntária, artigos variados em uma coluna neste site e jornal.                

O trabalho, objeto da referida publicação, versou sobre uma espetacular descoberta - um fóssil encontrado pelo Prof. Cadu em Fernandópolis nas proximidades do ribeirão Jagora, no ano de 2010.

O fóssil é um crocodilo pré-histórico denominado Baurusuchus pachecoi que viveu na época dos dinossauros aqui onde hoje se encontra o município de Fernandópolis.

Com idade estimada em incríveis 80 milhões de anos, trata-se do exemplar mais completo de Baurusuchus pachecoi juvenil encontrado até o momento, o que é raríssimo. Como destacou o Prof. Cadu: “Descobrir um fóssil de vertebrado bem preservado é raro, descobrir um fóssil deste tipo praticamente completo, com todos os ossos, dentes e demais estruturas, é muito raro, aliás, é raríssimo”.

 

Imagem do fóssil de crocodilo pré-histórico de 80 milhões de anos encontrado em Fernandópolis (Baurusuchus pachecoi); (b) imagens do crânio do referido crocodilo. Fonte: Arquivo Pessoal

Com a descrição do fóssil no artigo, outra espécie de crocodilo fóssil denominada Gondwanasuchus scabrosus foi colocada em sinonímia, ou seja, deixou de existir como espécie nova. Na verdade, G. scabrosus foi uma espécie juvenil de Baurusuchus pachecoi.

Outro fato de destaque foi que o artigo figurou na capa da revista americana, ou seja, um fóssil descoberto em Fernandópolis, além de ter sido objeto de publicação em uma revista internacional, teve a imagem do seu crânio estampada na capa, ou seja, foi o selecionado dentre vários trabalhos de pesquisadores de outros países.                 

Capa da revista científica internacional “The Anatomical Record” estampando o fóssil de Fernandópolis em sua edição de março de 2024 (notar o rostro, que é focinho do crocodilo). Imagem: Arquivo Pessoal

No artigo, o nome de Fernandópolis foi destacado em um mapa em que mostra a localização do nosso município na região noroeste do Estado.

Ao falar sobre esta descoberta, Prof. Cadu destacou: “É a coroação de um trabalho que começou em 2010 e que rendeu dois importantes frutos que deixou a nossa equipe de pesquisa muito satisfeita e orgulhosa – o artigo publicado em uma renomada revista científica internacional e uma tese de doutorado defendida pelo jovem pesquisador de Brasília Daniel Martins dos Santos”. 

Prof. Cadu ainda complementou: “Qualquer museu do mundo daria tudo para ter em sua coleção um exemplar fóssil tão preservado como este que descobrimos aqui em nossa querida Fernandópolis. Fiquei feliz que esta descoberta tenha ocorrido aqui em minha cidade natal”.

Se o leitor se interessar pela leitura do artigo, ou do resumo, CLIQUE AQUI!

Por: Prof. Dr. Carlos Eduardo Maia de Oliveira

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