Da Redação

Nesta terça-feira, o Hospital Beneficência Portuguesa de Rio Preto alcançou um marco na medicina local ao realizar a primeira cirurgia pediátrica robótica na cidade. O procedimento, uma nefroureterectomia associada à correção da duplicidade ureteral foi feita em um bebê de apenas 8 meses. 

A cirurgia, que teve como objetivo remover o rim esquerdo disfuncional e corrigir a anomalia urológica, foi conduzida pelos cirurgiões pediátricos Adriano Luís Gomes e Isabela Carloni, em parceria com os cirurgiões urológicos robóticos Eliney Faria (Proctor) e Alex Justo. O processo também contou com a anestesista Mariliam Coelho e a equipe de enfermagem do Centro Cirúrgico. 

Segundo o cirurgião pediátrico Adriano Gomes, o procedimento foi indicado devido a uma série de sintomas apresentados pelo bebê, incluindo infecções urinárias febris, jatos urinários fracos e refluxo vesico ureteral. A utilização da cirurgia robótica proporcionou maior precisão, melhor acesso e visualização das estruturas operadas, comparada às técnicas tradicionais. 

A tecnologia robótica também oferece vantagens adicionais, como menor tempo de internação, recuperação mais rápida, redução da dor pós-operatória e menor risco de infecção. Além disso, a Bene Rio Preto foi pioneira na aquisição do robô Da Vinci X na cidade, em 2019, fortalecendo sua posição na vanguarda da medicina. 

Os pais do bebê, Sandra de Freitas e Danilo Lima, relataram que buscaram atendimento médico após observarem os sintomas apresentados pelo filho. Sandra destacou que percebeu que o bebê fazia esforço para urinar e que seu ganho de peso estava abaixo do esperado. Agora, com a cirurgia bem-sucedida, eles se mostram aliviados e esperançosos quanto à recuperação do filho. 

A duplicidade ureteral é uma condição congênita (presente desde o nascimento) na qual a pessoa possui dois ureteres saindo de um único rim para transportar a urina até a bexiga em vez de apenas um ureter por rim, como é comum em indivíduos sem essa condição. No caso do bebê operado, os dois ureteres desembocavam na uretra prostática e foram retirado juntamente com o não funcionante..

Estima-se que essa situação acometa de 1 a 2% da população, sem predileção por homens ou mulheres. A duplicidade ureteral pode aumentar o risco de infecções do trato urinário (ITU) e cicatrizes renais se os quadros agudos não forem adequadamente tratados.