Por Vanderlan da Silva 

No distrito de Brasitânia, a professora Sandra Pellati, em parceria com a Prefeitura de Fernandópolis e a Secretaria da Cultura, trouxe o curso de pintura ao lugar mais carente do município. Característico pelo envolvimento de mulheres, as donas de casa que procuram uma forma de auxiliar nas contas, encontraram uma ótima saída que as fazem felizes por realizar o sonho de pintar. 

Ordalha Reis comenta que o curso é uma terapia, pois conforme a mesma as pessoas que estão na terceira idade ficam carentes de se “entrosarem” (sic) com outras. “O curso de pintura veio a calhar. Agradeço a Deus, a prefeita anterior, ao atual prefeito que está mantendo nossa professora com o curso. Eu fico feliz por esse ter dado uma oportunidade e ter continuidade para nós podermos, de certa forma, termos uma fonte de renda. Gostaria que o curso continuasse. Principalmente na área de pintura, que é o que nos faz realizadas no nosso trabalho”, disse. 

Ordalha fala que adora pintar e ainda explanou a admiração que adquiriu pelo seu trabalho. Deusa Carvalho diz que o curso é maravilhoso. “Estou sentindo-me muito bem, esse trabalho está sendo muito importante e agradeço a todos que estão fazendo esse trabalho acontecer”. 

Gildete Souza comenta que o curso distrai, além de fazer muito bem para saúde. “Agradeço por mais um ano ter dado oportunidade de continuarmos com esse trabalho”, disse. 

Dirce Amaral disse sobre a importância do curso na sua renda. “Eu vivia ‘cajulada’ (sic) em casa, agora pelo menos uma vez na semana nós temos um horário para virmos fazer alguma coisa”, comentou, “gosto muito, pois a gente conversa, a gente brinca, ‘areja a cabeça’ (sic). Os primeiros guardanapos que eu fiz me ajudou muito. Eu vendi e ajudou na renda da minha casa”. 

UMA HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO 

Conversamos com Silmara Reis que em 2016 foi diagnosticada com um câncer de mama. Em um depoimento seguido de muita emoção ela nos contou sobre a importância do curso no seu tratamento. “Após o diagnóstico, comecei o tratamento em Jales. Eu tive que parar um tempo no período em que estava me tratando, foi então que passando com a assistente social do próprio hospital, ela me encaminhou para psicóloga e a mesma me orientou fazer algo para preencher a mente, preencher a cabeça, ocupar o espaço para não ficar só pensando na doença”, contou ela muito emocionada. 

Silmara disse que terminou o ciclo de dezesseis sessões de quimioterapia e agora está terminando o ciclo de trinta sessões de radioterapia. “Termino agora sexta feira”, comentou, “voltei ao curso de pintura, com o incentivo da minha mãe que me orientou, me falou, ‘vamos pintar, vamos fazer alguma coisa para ocupar a mente, para não ficar em casa só pensando na doença’. Foi assim que retornei ao curso. Em casa já fazia crochê”. 

Ela ainda diz que a família foi o alicerce no período mais crítico da doença. “Pra mim o curso de pintura caiu como um ‘luva’ (sic), principalmente para tirar aquele sentimento, até porque quando a pessoa recebe a notícia ela pensa o que? Eu vou morrer! Mas então vamos conversando, tendo experiência com outras pessoas igual eu tive no hospital. E todos diziam sobre a importância de fazer algo para distrair, esquecer esse momento ruim. Comentei que fazia pintura e todos comentam da importância disso no tratamento. Para mim é muito importante, até porque a doença abaixa a nossa auto estima. Cheguei a ser demitida, mesmo sendo diagnosticada com câncer e o curso veio para ser a minha história de superação”.

Alunas encontram com a professora Sandra, não só a arte de pintar, mas a arte de ser feliz 

Silmara é uma das alunas que se destacam no curso de pintura, não só pela história de superação, mas pelo talento 

Alunas expõem seus belos trabalhos junto com a professora Sandra