Quando se fala em ordem do dia, um tema que logo vem a mente dos brasileiros é a corrupção, pauta de conversas dos cidadãos que se mostram indignados com a sucessão de escândalos que estão diariamente nos meios de comunicação.
Até aí nada de novo, afinal a corrupção está ai, pra quem quiser ver. A questão que precisa entrar na pauta da sociedade, é como podemos verdadeiramente combater a corrupção e por que devemos fazê-lo. O primeiro paradigma que temos que quebrar é de que a corrupção é uma característica do nosso jeito de ser. Corrupção não é um problema brasileiro e nem moral, é um fenômeno universal associado à oportunidade e que ocorre naturalmente em qualquer sociedade quando existem condições para tal. É possível combater a corrupção de maneira pragmática, criando condições para que esta não ocorra. Há inúmeras empresas e países que tiveram sucesso nesta empreitada.
Em segundo lugar, é importante termos consciência de que o Brasil realmente não vai se tornar um país desenvolvido se não combater vigorosamente a corrupção. Embora seja possível crescer num ambiente de corrupção por certo tempo, no médio e longo prazo a corrupção é danosa à execução de bons negócios, fomenta a desigualdade, dificulta o bem estar social e limita o acesso das empresas e dos países à tecnologia de ponta. Um país desenvolvido não combina com corrupção.
No Brasil, foi regulamentada a Lei Anticorrupção em 2014, fruto dos protestos que ocorreram pelo País e cujo tema principal foi justamente o combate à corrupção, conforme pesquisa realizada com os participantes de manifestações. As penalidades vão desde o pagamento de multa até o fechamento da empresa e uma grande diferença é que a alta direção não precisa ter nenhum tipo de participação no ato ilícito para ser condenada, a responsabilidade é objetiva.
O Brasil tem mais uma boa oportunidade, com a Lei Anticorrupção, de evoluir como sociedade e combater esta “praga”, mas ultimamente estamos pródigos em perder oportunidades quando as janelas se abrem. Esta tarefa não é apenas do governo, mas da sociedade civil, das empresas e, principalmente, das pessoas que têm condições e consciência de agir no seu dia a dia com tolerância zero à corrupção. Muitas coisas pequenas aceitas como naturais por todos nós podem e devem ser combatidas. Precisamos pensar nisso com mais atenção e cuidado, pois de nada adianta apontar culpados, afinal cada um tem seu papel nessa luta.