Um ambiente de amor, cumplicidade e muito companheirismo, onde não havia espaço para brigas e nem desentendimentos, assim era o lar de Priscila Pereira,

que, após tantas dores e decepções vividas, encontrou em Wesley Antônio Moura Teixeira o grande amor da sua vida, um companheiro que a recebeu, juntamente com seus três filhos, para constituírem uma família e juntos serem felizes, enfrentando todos os momentos: bons ou ruins.

A vida simples, porém regada de muito amor, do casal, começou a mudar há um ano e nove meses, quando Priscila deu a luz ao seu caçula Otávio, fruto de sua união com Wesley. No mesmo período em que comemoravam a chegada do

bebê tão esperado, uma triste notícia marcava a vida do casal, que a partir de então enfrentaria o período mais difícil e triste da relação.

Em entrevista especial a este “O extra.net”, Priscila conta com detalhes sua história com Wesley e como tem sido seus dias de luta, superação e dedicação intensa ao companheiro, que luta bravamente para vencer uma grave doença que tem o debilitado dia a dia.

EXTRA: Como foi a descoberta

da enfermidade de

Wesley?

PRISCILA: Estávamos vivendo

momentos de muita alegria

com a chegada do Otávio,

nosso primeiro filho juntos,

mas eu já percebia algumas

mudanças no comportamento

do Wesley, ele começou a mancar,

não tinha mais firmeza no

andar, parecia que ia cair, ele foi

perdendo as forças, mal conseguia

pegar nosso bebê no colo.

Essas alterações de comportamento

começaram a me

preocupar, foi quando eu, ainda

com meu filho recém- nascido,

procurei ajuda médica para

ele em um neurologista, em

dois dias, para nossa tristeza,

descobrimos que o Wesley tinha

um tumor no cérebro, desde

então nossas vidas nunca

mais foram as mesmas.

EXTRA: Como você tem se

dividido na criação dos seus

filhos e cuidados com o Wesley?

PRISCILA: Passado o período

de licença maternidade,

não pensei duas vezes, deixei

meu emprego para cuidar do

Wesley, já foram 9 cirurgias e

longos períodos

de internação, ficamos

mais em Rio Preto, no Hospital

de Base, do que em casa.

Desde então tenho contado

com apoio e auxílio da

família e amigos, meus cunhados

me ajudam muito, assim

como algumas amigas que se

dispõem a cuidar das crianças

para mim. Pouco tenho

acompanhado o crescimento

do Otávio, nem vimos ele andar,

nem nascer os primeiros

dentinhos ou falar as primeiras palavras, ou acompanhar
meus outros três filhos na escola,
pois na maior parte do
tempo estamos no hospital.
Mas não reclamo de nada, tudo
vale a pena e cuidarei dele
sempre.

EXTRA: Para você, hoje,
qual o momento mais difícil?
PRISCILA: Na verdade, muitos
têm sido os momentos difíceis,
ver o Wesley em uma cama,
com o corpo quase todo
imobilizado, tendo crises convulsivas
e sentindo tantas dores
é a maior tristeza da minha
vida. Tem horas que ele não se
lembra nem mesmo de mim,
fica nervoso e inquieto, ver essas
atitudes dele me faz sofrer
demais. Também lamento
muito por ficar tão pouco com
meus filhos, pois sei que eles
precisam de mim, cada um do
seu jeito e com suas necessidades,
mas todos necessitam
da minha atenção, que hoje
tem sido pouca, infelizmente.
É triste ver as coisas como
estão e poder fazer tão pouco
para que elas mudem.

EXTRA: Qual seu maior desejo?
PRISCILA: Minha maior
vontade é ter minha família
de volta, todos juntos, como
éramos antes. Eu e o Wesley
sempre tivemos uma relação
muito boa, sem brigas e com
muito amor, carinho e respeito.
Ele cuidava dos meus filhos
como se também fossem
dele, saímos com frequência
para passear, passar o fim de
semana fora, sempre juntos,
e nos divertíamos demais, fazíamos
tudo dentro das nossas
condições financeiras e
éramos muito felizes assim,
hoje já vivemos uma vida de
privações.

EXTRA: O que te dá forças
para continuar a lida em meio
às dificuldades?
PRISCILA: O meu amor pelo
Wesley me faz forte. Tem dias
que não são nada fáceis, vê-
-lo assim parte meu coração,
e não posso mudar essa realidade,
posso apenas cuidar dele
como tenho feito, dando os
banhos, alimentando-o, dando
os remédios e todo cuidado
e carinho necessário. O apoio
da família e amigos também
tem sido essencial neste momento,
todos ajudam como podem
e desta forma muita coisa
tem sido feita pela minha família,
sou imensamente grata
a todos.

EXTRA: Em relação à situação
financeira da família.
Quais privações vocês têm
passado?
PRISCILA: Como eu disse,
tudo mudou. Antes tínhamos
duas rendas, hoje temos apenas o salário que é ganho pelo
Wesley, ele está encostado
da empresa em que trabalhava,
a “TAC Etiquetas”, onde
eu também trabalhava. Só tenho
a agradecer os proprietário
da TAC, eles nos dão todo
auxílio, nos ajudam muito em
todos os aspectos, serei eternamente
grata a toda equipe
de lá. Também recebemos doações
de amigos e parentes.
Essa generosidade toda tem
me mantido de pé.

EXTRA: Nesta última semana
a vida do Wesley, bem
como seu estado de saúde,
tem sido divulgada nas redes
sociais com pedidos de ajuda
à sua família. De que maneira
as pessoas podem colaborar
com vocês?
PRISCILA: Primeiramente
orando por nós, pedindo para que Deus abençoe nossas
vidas. Nos últimos dias recebemos
diversas doações de
mantimentos e hoje não nos
falta nada de comer, mas também
temos uma série de outras
despesas, como as fraldas
do Wesley, tamanho M/
adulto, fraldas para o meu bebê,
tamanho XG e óleo de girassol
para passar na pele do
Wesley. Também estamos lutando
para ganhar uma cadeira
de rodas adaptada, pois assim
seria possível sair com ele
para dar uma volta na rua, o
que não acontece há tempos.

EXTRA: Todas as pessoas
sonham. Qual é seu maior
sonho? 

PRISCILA: Ver meu marido
curado, creio que Deus pode
curá-lo e esse é o maior desejo
do meu coração, voltar a ver
aquele homem ativo, sorridente,
feliz e que nunca reclamava
da vida. Para ele não tinha
tempo ruim, o Wesley sempre
incentivava a todos a viver
bem, sem ficar se lamentando
de nada. Ele também já foi
cantor, teve até uma dupla sertaneja
que cantava por eventos
afora, “João Roberto e Vinícius”.
Todos os eventos que
íamos o Wesley era a atração,
sempre cantando e alegrando
as pessoas com seu jeito
simples e carismático de ser.
Também sonho em me casar
no papel, nós já tínhamos
nos programado para isso,
pois estamos juntos há cinco
anos, mas  nunca união. Depois que o
Wesley se adoeceu já tivemos
que adiar esse sonho por diversas
vezes, mas quero muito
me casar com ele e sei que vamos
conseguir, ao som da dupla
Zezé de Camargo e Luciano
que são os maiores ídolos
do Wesley, desde a sua adolescência.

EXTRA: Como e quando vocês
se conheceram?
PRISCILA: Na avenida, eu
tinha me separado há pouco
tempo dos meus filhos, estava
sozinha e fomos apresentados
um ao outro por um amigo
que tínhamos em comum,
ele me pediu um beijo e desde
então estamos juntos, sempre
apoiando um ao outro.

EXTRA: Você crê em milagres?
PRISCILA: Sou ciente da
gravidade do quadro do Wesley
e tem época que essa realidade
dói ainda mais no meu
coração, tem vezes que acabo
questionando a Deus o porquê
isso acontecer em nossas vidas,
nós que éramos tão felizes,
tudo era tão perfeito e hoje
não é mais. Às vezes tento
entender os motivos, mas não
tenho respostas prontas para
isso. Mas eu creio sim em milagres,
que meu marido pode
sair dessa e voltar ter uma vida
normal e Deus assim quiser.
Sei que se o Senhor colocar
sua mão sobre o Wesley e
decretar seu milagre, ele será
curado. É com essa esperança
que eu quero viver, acreditando
em dias melhores e na
restauração da minha família.
“Ainda que eu tenha o dom
de profetizar e conheça todos
os mistérios e toda a ciência;
ainda que eu tenha tamanha
fé, a ponto de transportar montes,
se não tiver amor, nada serei”.
( 1 Coríntios –13.2)