Carlos Eduardo

A pureza da resposta das crianças

A pureza da resposta das crianças

Por Carlos Eduardo Maia de Oliveira - Professor e Biólogo

Por Carlos Eduardo Maia de Oliveira - Professor e Biólogo

Publicada há 7 anos

Eu fico com a pureza da resposta das crianças, é a vida, é bonita e é bonita... (trecho da canção “o que é, o que é?”, de Gonzaguinha). 


Já repararam como as crianças apresentam soluções simples para os mais variados problemas? Já reparam como as crianças se contentam com coisas simples e ficam felizes com pouca coisa? Já reparam como é fácil arrancar um sorriso sincero de uma criança? Já reparam como as crianças confiam em nós, adultos? Respostas positivas a essas perguntas se encontram na pureza de coração apresentada pelas crianças, e essa mesma pureza é refletida na inocência de seus atos e respostas, como preconizada na letra da canção de Gonzaguinha. 


Procuramos a nossa felicidade em complexos labirintos da vida e a satisfação dos nossos intermináveis desejos em objetos e conquistas além de nossas possibilidades, porém, nos esquecemos de olhar para as crianças, que se satisfazem e são felizes com tão pouco. Mesmo sem saber nadar, uma criança se joga, sem pestanejar, nos braços de seus pais em uma piscina profunda. Quando adultos, será que podemos confiar cegamente nas pessoas como as crianças confiam? Quando crianças, ouvimos uma série de conselhos dos adultos; no entanto, quando nos tornamos adultos, facilmente verificamos que eles não seguem, na prática, necessariamente, tudo o que aconselham às crianças. 


As crianças não nutrem ódio em seus corações, pois possuem inclinação para gostar das pessoas e passar a admirá-las com muita facilidade. Já os adultos... As crianças não nascem preconceituosas, racistas, misóginas, homofóbicas, xenófobas ou intolerantes. Conte histórias para as crianças, como fazia Dona Benta na obra “o Sítio do Pica-Pau Amarelo”, do escritor de Literatura Infantil Monteiro Lobato, ou leia contos e fábulas que você facilmente ganhará admiradores ao seu redor. A curiosidade fará com que elas o bombardeie com dezenas de perguntas, demonstrando interesse sincero em suas narrativas.


Nós, adultos, adoramos brincar com nossos filhos pequenos, pois, nesses breves momentos, sentimo-nos crianças novamente e, com isso, damos uma breve pausa no mundo sério e chato dos adultos. Talvez por isso os pais sintam tantas saudades do período em que seus filhos eram crianças. Talvez por isso os avós sentem tanta afeição pelos seus netos, pois esses os fazem lembrar seus filhos quando eram crianças. Ao longo de nossas vidas, lentamente, essa magia da infância vai sendo perdida, e quando temos filhos, ela é resgatada enquanto são crianças, enquanto são puros de coração. Por isso, fica a pergunta: em que momento de nossas vidas perdemos essa pureza de coração? Essa pureza que somente as crianças são capazes de demonstrar. A pureza da resposta das crianças.


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