Josanie Branco

Saudade: a eterna presença de quem se foi

Saudade: a eterna presença de quem se foi

Por Josanie Branco - Assistente Social e Jornalista

Por Josanie Branco - Assistente Social e Jornalista

Publicada há 6 anos

Como diz o livro de Eclesiastes‘há tempo determinado para todas as coisas’ e assim aprendemos que deve ser: tempo de sorrir, de chorar, de plantar e de colher, porém essa verdade, embora seja do conhecimento de todos, nem sempre é do jeito que desejamos, às vezes contraria nossa vontade, nossos pedidos e nos causa imensa dor.


Dor essa que tenho experimentado nos últimos dias em meio à saudade e tristeza, desde a aquela sexta-feira que mudaria para sempre minha vida. Parecia ser uma manhã fria, como todas as outras típicas dessa época do ano, mal sabíamos que seria o início de ciclo de profunda tristeza.


Aquele que tinha sido meu maior heroi desde a infância, um super pai, esposo e amigo estava perdendo as forças e se entregando, já não conseguia mais lutar. Foram horas e horas de angústias clamando a Deus para que ele reagisse, que ao menos desse um sinal de que estava bem, entretanto esse nosso desejo não foi realizado e eu e minha família víamos em meio ao sofrimento meu pai cada vez mais fragilizado e distante.


A notícia do seu falecimento naquela tarde de terça-feira foi, sem dúvida, a mais triste realidade que eu já enfrentei em toda minha vida, afinal, meu maior exemplo de honestidade estava nos deixando para não mais voltar, um vazio profundo, uma lacuna, o céu sem brilho, dias sem cor em meio às lagrimas.


Perdi meu pai, ainda não sei como lidar com isso, tudo me recorda ele, a todo instante o vazio e a sua ausência ainda doem de forma latente. Quando me lembro que não o verei mais e nem o terei para me estender as mãos, me pego em profundo desalento. Hoje vejo o quão fragilizados e despreparados somos para enfrentar os pesares e das dores mais profundas, embora saibamos que elas serão inevitáveis.


Não procuro respostas para esse momento tão difícil, até porque não as encontrei, apenas busco forças em Deus para viver cada dia na esperança de momentos menos dolorosos.


Perder quem amamos é a pior experiência que podemos sentir na vida. Agora o que me resta é a saudade e o legado de bons ensinamentos e lembranças de um homem que viveu em plenitude o amor pela família, sempre pautado na honestidade plena.


Há dois meses meu pai partiu dessa terra e nós, sua família, ficamos aqui em meio às lágrimas e relembrando as experiências deixadas, seus sonhos conquistados e os não realizados, seu exemplo de pessoa do bem.


Bom seria se toda humanidade aprendesse e entendesse o verdadeiro sentido do amor, o quanto é importante vivê-lo e demonstrá-lo em sua totalidade. Hoje sei que aquilo que é verdadeiro, mesmo que doa, permanece vivo em nossos corações.

Amarei meu pai e tudo o que ele representou para mim até o fim dos meus dias na terra e para todo o sempre.




últimas