Da Redação 

Após ser preso por uma equipe da Seccional de Polícia de Fernandópolis na última quarta-feira (13), em Boraceia, região de Bertioga, litoral norte de São Paulo, o ex-prefeito Luiz Vilar de Siqueira foi transferido na manhã de segunda-feira (18) para a Penitenciária de Tremembé. A transferência de Vilar foi confirmada diretamente no 1º Distrito Policial do Guarujá, junto ao setor administrativo da Cadeia Pública daquele município, onde ele permaneceu preso por 6 dias. Sua prisão ocorreu em cumprimento a um mandado expedido pela 2ª Vara Criminal de Fernandópolis no dia 25 de agosto.

OS CRIMES

Os crimes cometidos pelo ex-prefeito estão relacionados ao Decreto nº 5.726, assinado por Luiz Vilar em maio de 2009, cinco meses após assumir o cargo para o qual foi eleito em 2008. Um inquérito civil foi instaurado para apurar os fatos e originou uma ação de improbidade administrativa, na esfera cível. Na seara criminal, Vilar foi condenado a algumas penas, pelos crimes de falsidade ideológica e de responsabilidade, que chegam a mais de 13 anos de prisão. Ao promulgar o referido "Decreto da Expô", como ficou conhecido, autorizava a exploração de uma área de 15 mil m² ao lado do Recinto da Expô, pertencente ao Grupo Arakaki, onde foi instalado um amplo estacionamento.

A PRISÃO

Vilar estava há pelo menos 10 dias na casa de veraneio de sua irmã, para onde foi após ser expedido seu mandado de prisão em 25 de agosto. Ele estava sozinho na residência, deixando esposa e filhos em Curitiba, onde residia depois de se mudar de Fernandópolis há algum tempo. Os policiais civis da Seccional de Fernandópolis chegaram ao endereço pela manhã e permaneceram de campana nas proximidades até que, por volta das 12h30, avistaram o ex-prefeito saindo para "comer alguma coisa", como ele próprio afirmou. Durante a abordagem, Vilar se mostrou surpreso, não tentou qualquer tipo de reação, além de aparentar certo abatimento. Ao pegar seus pertences antes de ser conduzido à Delegacia de Bertioga, Vilar levou consigo, além de uma mala com roupas, vários medicamentos. O ex-prefeito permaneceu na Delegacia de Bertioga por mais de 5 horas e foi transferido para a Cadeia Pública do Guarujá, uma "unidade de trânsito" dos detentos, onde chegou às 18h30. Em seu depoimento, o ex-prefeito teria sido confuso durante algumas declarações, além de apresentar certa dificuldade até mesmo para andar.

NOVA CONDENAÇÃO

Nova condenação de Luiz Vilar, que deverá cumprir mais 3 anos de prisão, está relacionada a infração ao artigo 89 da Lei 8666, a "Lei das Licitações". Um serviço para digitalização das Leis Municipais foi contratado pela Prefeitura durante a última gestão do ex-prefeito, pelo valor de R$ 7800,00, mas não teria sido realizado. Um proprietário de um site de notícias da cidade, absolvido neste caso, teria sido contratado para realizar a referida digitalização.

Ex-prefeito Luiz Vilar