Certas coisas nessa vida só acontecem com o Compadre Geraldo de Mello, lá de Aparecida do Taboado. Pois bem, certo dia ele e seu fiel escudeiro, o capataz Juca Lustroso, resolveu pescar umas piaparas lá pelas bandas do famoso Rio Aporé. Juntaram as tralhas e se mandaram no jipe 52 rumo à uma famosa ceva do rio nas proximidades de Cassilândia.
Embora seja um caboclo simples por natureza, o Compadre sempre foi um bom cidadão e diante de um problema que encontrou próximo ao local da pescaria, ele e o Juca resolveram colocar uma placa de alerta na beira da estrada. Acharam um tabua e com pedaços de carvão, escreveram o recado: “O fim está próximo. Mude de rumo antes que seja tarde!” .
Logo depois de colocada a tal placa passou um sujeito pilotando uma carreta. Reduziu a velocidade, leu a placa, pisou fundo e aos berros, tirando sarro dos dois, soltou o palavrório:
- O fim está próximo, é? Vocês são doidos de pedra, dois malucos. Não sabem o que estão falando. Que bobagem é essa de o fim está próximo? Ara peão, para de “bestemiá”, vai catá coquinho, sô! Seus doidos!
Dois minutos depois eles escutam um barulhão danado. Compadre Geraldo meio pensativo e preocupado olhou prô capataz e comentou:
- Juca, eu tou com um remorso danado. Acho que a gente fez uma baita duma bobagem escrevendo aquilo na tabuleta. A gente devia ter “escrevido”: “Cuidado. A ponte caiu!”.
