Erica Cristina

Fisioterapia no Pós Operatório do Câncer de Mama

Fisioterapia no Pós Operatório do Câncer de Mama

Por Erica Cristina Tazinaffo - Fisioterapeuta

Por Erica Cristina Tazinaffo - Fisioterapeuta

Publicada há 6 anos

No mês de Outubro, surgiu no ano de 1990, nos Estados Unidos, onde vários estados realizavam ações referentes ao câncer de mama. Tem conquistado cada vez mais, a comoção e mobilização social, dada a gravidade da doença- segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres. Realizar o autoexame é fundamental, pois a doença não apresenta sinais na sua fase inicial, além de exames de rotina como a mamografia também é essencial. A fisioterapia desempenha um papel importante no tratamento quanto ao pré ou pós cirúrgico.


A fisiotarapia desempenha um papel imprescindível na abordagem das pacientes mastectomizadas. Independente do tipo de cirurgia de mama, a fisioterapia precoce tem como objetivos prevenir complicações, promover adequada recuperação funcional e consequentemente, propiciar melhor qualidade de vida às mulheres submetidas à cirurgia para tratamento de câncer de mama .O programa de fisioterapia deve ser realizado em todas as fases do câncer da mama: pré-tratamento (diagnóstico e avaliação); durante o tratamento (quimioterapia, radioterapia, cirurgia, e hormonioterapia); após o tratamento (período de seguimento); na recidiva da doença e nos cuidados paliativos. Em cada uma dessas fases, é necessário conhecer e identificar as necessidades do paciente, os sintomas e suas causas e o impacto desses nas atividades de vida diária.


 Deve ser instituído tratamento fisioterapêutico sempre que necessário, visando minimizar e prevenir as possíveis sequelas.

Pré operatório

 A atuação do fisioterapeuta pode ser iniciada no pré-operatório, objetivando conhecer as alterações pré-existentes e identificar os possíveis fatores de risco para as complicações pós-operatórias. Nesse momento as pacientes tem oportunidade de falar sobre suas ansiedades, tirar dúvidas sobre curativos, pontos e movimentação do braço. Ainda no pré-operatório, a notícia sobre a doença e intervenção cirúrgica, leva à paciente inconscientemente adotar posturas de tensão muscular na região do pescoço e ombros. Por isso nessa fase já é importante que o fisioterapeuta avalie a presença de alterações posturais e tensionais, avalie a função do ombro e a força muscular dos braços e oriente a paciente como será o acompanhamento no pós-operatório e a identificar possíveis complicações.

Pós-operatório

 O pós-operatório é marcado por dificuldade na movimentação do braço, do ombro e por dor. A paciente terá dificuldade de encostar a mão na nuca, vestir suas blusas, escovar os cabelos, abotoar o sutiã. Essa limitação é causada pela dor e devido à tração da pele e dos músculos da axila, do tórax e do braço e devido à manipulação cirúrgica. Poderão aparecer sensações de peso nos braços, formigamento, queimação ou dormência no braço e na axila e na mama. O objetivo da fisioterapia é restabelecer brevemente a função de braço, prevenir complicações respiratórias, diminuir a dor e prevenir a formação de linfedema, cicatrizes, fibroses e aderências. Para isto você deve seguir corretamente as orientações fornecidas pelo seu fisioterapeuta e realizar os exercícios propostos por ele. O pós-operatório imediato é o período logo após o término da cirurgia, nessa fase objetiva-se identificar alterações neurológicas ocorridas durante o ato operatório, presença de sintomatologias álgicas, edema linfático precoce e alterações na dinâmica respiratória. O fisioterapeuta irá orientá-la a posicionar o braço na cama com o auxílio de travesseiros e orientar exercícios leves para o braço e exercícios respiratórios. Nessa fase os exercícios respiratórios são muito importantes, eles te ajudarão a recuperar a função pulmonar e prevenir complicações respiratórias. O uso do sutiã compressivo é muito importante! Ele ajuda a pele a colar e evita o inchaço na mama e tórax. Nessa fase ainda o fisioterapeuta lhe ensinará a fazer a automassagem, que é uma drenagem linfática que você mesmo fará no seu corpo e ajudará a prevenir a presença de inchaço no braço.


 Após o 15º dia de operação, sem complicações pós-operatórias, serão retirados os pontos. A movimentação total dos braços agora será liberada. Essa é a fase em que você será encaminhada para o consultório de fisioterapia. Alguns lugares oferecem tratamento em grupo. Serão realizados exercícios de alongamento, exercícios para ganho de força muscular e amplitude de movimento e técnicas de drenagem linfática. Nós também trabalhamos a cicatriz para um melhor efeito cosmético.

 A reabilitação precoce pós mastectomia proporciona ganhos na movimentação do braço, previne aderências e disfunções. O breve restabelecimento funcional do ombro e braço darão condições para você prosseguir com o seu tratamento.





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