Josanie Branco

A Longa Estrada

A Longa Estrada

Por Josanie Branco - Assistente Social e Jornalista

Por Josanie Branco - Assistente Social e Jornalista

Publicada há 6 anos

Havia uma casinha bem no alto de uma montanha, de longe pouco se via dela, afinal estava a quilômetros de distância. Todos que a enxergavam ficavam ali parados, maravilhados em suas imaginações ao ver ao longe aquela bela imagem, semelhante as que notamos em quadros e pinturas, algo que transmitia a mais pura sensação de paz, tranquilidade e aconchego.


Em uma típica manhã de primavera, com muitas flores e cores refletindo a natureza, uma pequena e dócil menina, acompanhada por seus pais e pela avó materna, ficou admirando bem de longe a velha casinha branca. No ápice de sua curiosidade, assim como a maioria das crianças, a bela garotinha de olhos castanhos e cabelos encaracolados perguntou como seria possível chegar até lá, sendo tão longe.


Com toda sabedoria adquirida com os muitos anos de vida e reluzentes em sua face sofrida, a avó, calmamente, lhe respondeu:


- Minha pequena, só consegue chegar aos lugares mais altos e distantes aqueles que caminham com determinação, não desistem no meio da jornada, enfrentam frio, fome e sede, mas confiam em seus objetivos. Chegar até aquela pequena casinha velha talvez seja muito difícil para a maioria de nós, não porque não tenhamos vontade, mas sim pelo fato de que não somos fortes o bastante para persistir e, possivelmente, acabaríamos desistindo no meio do caminho.  Muitos, assim como nós, já pararam aqui e ficaram admirando a beleza daquele local, mas creio que pouquíssimos ousaram adentrar na estrada para ver de perto suas riquezas. Feliz foi aquele que um dia teve a audácia de construir aquela casinha branca bem no alto da montanha, pois mostrou coragem, fé e força para não desistir e chegando ao final, embora cansado, porém realizado, pode desfrutar de tamanha paz, encantamento e a certeza de que cumpriu sua missão.


Após ouvir atentamente as sábias palavras da avó, a menina a abraçou fortemente e disse:


- Vovó! Não sei por que, mas acho que a senhora também já conheceu aquela casinha ou alguma outra parecida, pois sabe exatamente como e o que é preciso para chegar até lá.


A velha senhora sabiamente olhou para a garotinha e disse:


- Sabe querida, nesta casinha eu nunca fui, mas te confesso que já passei por caminhos tão estreitos e longos quanto esse para chegar aonde eu queria, para alcançar meus objetivos e meu descanso. Por vezes também pensei em retroceder, mas algo me impulsionava a seguir adiante e por mais tortuosos que fossem os obstáculos eu tinha um ideal e DEUS no controle de tudo, me impulsionando a seguir. Sempre lutei para chegar ao meu destino proposto e consegui, fiz as melhores escolhas, errei e acertei por muitas vezes, mas nunca desisti do que eu acreditava ser o certo, pois eu estava apenas em busca da minha casinha branca, que se chama Felicidade.


Após as doces e certeiras palavras ditas pela velha senhora, a família se despediu da linda visão e adentrou no carro para seguir passeio, todos com os corações repletos de amor, afinal aquela tinha sido apenas uma demonstração do quão grande é nosso papel perante o destino que damos a nossa vida.


Você escolhe seus caminhos, largos ou estreitos, longos ou curtos e neles planta o que desejar, a partir daí viverá colhendo os frutos de sua plantação.


Que todos nós estejamos plantando apenas boas sementes!




últimas