Certa ocasião, durante uma pescaria no famoso Rio Aporé, noite já alta, o povo estava reunido, tomando um engasga-gato em volta da fogueira do acampamento, quando o Compadre Geraldo de Mello, prá variar, resolveu brincar com o capataz da sua fazenda.
- Juca Lustroso, meu filho, me diz uma coisa: se você fosse agora andando aí pelo meio do mato, e de repente se visse de cara a cara com uma pintadona dessas bem sacudidas, o que é que você faria?
- Ara Dotô Geraldo, eu pegava aquela Winchester que o senhor me deu de presente e dava um tirinho bem no meio dos zóios dela, uai!
- Mas e se você não tivesse levado a sua Winchester?
- Aí eu cortava a tinhosa no facão!
- E se você também não tivesse levado o seu facão?
- Aí eu pegava um pedaço de pau e dava na moleira da bichona, uai!
- Mas, e se você não achasse por perto, nenhum pedaço de pau?
- Uai, patrão, aí então, o jeito era sair correndo...
- Mas e se nessa hora as suas pernas travassem e você não conseguisse sair correndo?
- Peraí, Dotô Geraldo, com todo respeito, me diz uma coisa: o senhor é meu amigo ou amigo da onça?