ETERNIUN

'Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar...'

'Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar...'

Publicada há 6 anos

PENSAMENTO DA SEMANA



Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”.

Fernando Pessoa


MINUTINHO:

Perdoe e viva

Perdoe e viva. Se você não perdoar hoje, amanhã, por certo, o seu dia será mais escuro, seus passos estarão menos firmes, seus problemas surgirão mais complexos, sua mágoa doerá muito mais…

Se você não perdoar agora, que será do seu caminho, depois?

Desculpe enquanto é tempo, para que, de futuro, não recaiam sobre sua cabeça os padecimentos e as queixas de muitos.

Esqueçamos o mal para que o mal não se lembre de nós.

O incêndio da aflição devasta a consciência que não conseguiu bastante força para lavar-se nas águas vivas da grande compaixão.

Quem não perdoa os erros dos semelhantes, condena a si mesmo.

Quem não olvida as ofensas, transforma-se num fardo de crueldade.

Descerremos a janela de nossa compreensão cristã para o ar livre do bem que tudo renova, tudo aproveita e tudo santifica e, auxiliando ao nosso irmão do caminho, quantas vezes se fizerem necessárias, nossa romagem para Jesus não sofrerá tropeços e crises, porque, usando o amor para com os outros, seremos, gradativamente, convertidos em felizes instrumentos do Amor de Nosso Pai Celestial”.

Meimei




CRÔNICA

Uma linda lição de amor

O amor tem dimensões ilimitadas. Tudo pode. Tudo realiza. Tudo empreende. O verdadeiro amor é capaz dos maiores sacrifícios, para o bem-estar do ser amado.

Num mundo em que se ouve falar muito em buscar a própria felicidade, em alcançar sonhos pessoais, sem pensar em mais ninguém, a história daquele casal idoso é exemplar.

Eles viviam felizes, há muito tempo. Não tinham filhos. Certo dia, quando a senhora estava na cozinha, um acidente aconteceu e ela se viu envolta em chamas. O marido atendeu aos seus gritos e, no intuito e salvá-la, acabou por ser também atingido pelo fogo.
As chamas o envolveram, queimando-lhe os braços, mas permitindo-lhe libertá-la do fogo.
Quando os bombeiros chegaram, pouco restava da casa. A ambulância levou o casal ao hospital. Ambos, por seu estado grave, foram internados no Centro de Terapia Intensiva.



Quando o marido foi liberado, buscou o quarto da sua esposa. Ela estava deitada e logo que o viu, manifestou o seu desespero.
Não desejava mais viver, dizia. O fogo atingira todo o seu rosto e ela estava deformada.
- Sou um monstro! Disse ao marido.
Ele se aproximou do leito e falou:
- Minha amada, na tragédia que sofremos, meus olhos foram atingidos. Estou cego. Por isso, não se preocupe. Para mim, você continuará linda, como sempre foi. A imagem que tenho guardada em minha mente é a que terei na memória, para o resto dos meus dias.
- Deus é muito bom. – Completou ela. – Você não precisará contemplar a minha deformidade.
Abraçaram-se. Choraram.
Mais algum tempo e ei-los de retorno ao novo lar. Uma pequena e acolhedora casa. Ela passou a ter para com o marido cuidados especiais, considerando a sua deficiência visual. Era toda atenção, delicadeza. Uma nova seiva de vida parecia circular em suas veias. E, todo dia, recebendo aquelas manifestações de amor, ele dizia:
- Como eu te amo!
Ela reencontrara razão para continuar a viver e se sentir feliz.
Vinte anos depois, em uma madrugada, ela abandonou o corpo, rumo à Espiritualidade. Amigos solícitos auxiliaram nas tratativas para o sepultamento.
O marido, supreendentemente, compareceu sem os óculos escuros e sem sua bengala, andando firme. Debruçou-se sobre o corpo da amada, com quem compartilhara os dias por tantos anos, beijou-a mais uma vez e tornou a expressar:
- Como és linda. Como eu te amo!
Um amigo mais próximo manifestou a sua surpresa. O que acontecera: algum milagre lhe devolvera a visão, naquele momento de dor?
- Não, respondeu o homem. Nunca tive problema visual. Assim disse, para que pudéssemos continuar a viver, sem traumas para ela. Acreditando que eu não podia enxergar as sequelas do fogo em seu rosto, pudemos viver felizes por mais vinte anos. Felizes e apaixonados, um ao outro servindo em significativos gestos de amor.
Redação do Momento Espírita




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