José Renato Se

O que é o Cinema? Clint Eastwood

O que é o Cinema? Clint Eastwood

Por José Renato Sessino Toledo Barbosa - Professor

Por José Renato Sessino Toledo Barbosa - Professor

Publicada há 6 anos

O drama da queda criminosa do avião da Lâmia que levava a delegação da Chapecoense, mais jornalistas, com razão, tomou corações e mentes do planeta.

Mais uma perda: o lançamento do filme Sully, por motivos óbvios, foi adiado. Afinal não faria sentido, naquele momento, abordar situação similar.

Muitos meses depois foi posto no mercado. No Brasil é recente.

A HBO, via SKY, programou para sábado 28/10/17 sua exibição, a partir das 22 horas.

Nem dormi adequadamente, tamanha ansiedade.

Chegou a noite. Chuva, muita chuva.

Caiu o sinal.

Reservei para o hoje, terça-feira, 31/10/17 às 9:50.

Ao encerrar, sentei-me diante do computador a fim de redigir minha coluna.

Escrevo sob o impacto e a emoção de assistir a mais uma obra-prima de Clint Eastwood.

Não me canso de repetir minha opinião: é o maior cineasta vivo. Um dos maiores da história do cinema.

Sully, com Tom Hanks como protagonista, pela primeira vez atuando sob a direção de Eastwood. Juntamente com Aaron Eckhart, fazendo o copiloto.

O pouso forçado no gelado Rio Hudson, com cento e cinquenta passageiros a bordo.

Todos salvos.

Sully é um herói.

Mais do que isso, é um herói de Clint Eastwood. Um homem, solitário nas tarefas e escolhas, nos dramas pessoais, mundanos e comuns. Faz aquilo que deve ser feito, não sob os olhares da ética ou da moral, todavia, de suas escolhas. Sem esperar nada. É Nietzsche!

Sully reencarna o Walt de “Grand Torino”, Josey Wales, filme homônimo, Will Muny dos “Imperdoáveis”, o pregador de “Cavaleiro Solitário”, enfim, é alguém cuja ação é centrada na sua escolha, para além de bem e mal, é o para-além-do humano, o supra-humano de Nietzsche. A figura do herói trágico, cuja ação é calcada naquilo que deve ser feito, sem temer o destino.

O piloto o faz. Não espera retribuição, mitificação ou reconhecimento.

É aquilo que deveria ser feito e pronto.

Simultaneamente, o homem vive a dicotomia da dor trágica do convívio entre o humano, demasiado humano e o além do homem. Porém, sem nunca esquecer: é humano.

Com efeito: é o humano, a humanidade que o salvará, que o redimirá da máquina e da tecnologia.

Nesse embate – homem e tecnologia -, o olhar genial e sensível de Clint, dignificará o humano.

Não se faz filmes como Clint Eastwood.

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