Carlão Pignata

Intervenção na segurança do Rio

Intervenção na segurança do Rio

Por Carlão Pignatari - Deputado Estadual (PSDB)

Por Carlão Pignatari - Deputado Estadual (PSDB)

Publicada há 6 anos

O governo federalacaba de decretar intervenção militar na segurança do Estado do Rio de Janeiro.À primeira vista, muitos atribuem o fato a uma questão politiqueira, paradesviar a atenção do povo quanto a suas ações.

Explico. O governoprecisava de 308 votos para aprovar a reforma da Previdência na Câmara Federal,mas tinha apenas 270, número que fatalmente derrubaria suas pretensões. Emboraessa reforma também seja um subterfúgio para esconder as muitas falcatruas queo governo do PT vinha cometendo. Com a intervenção, a reforma para, porque nãose pode promover nenhuma modificação na Constituição Federal enquanto houveruma intervenção em andamento.

Aproveitando-se dainércia dos governantes carioca e fluminense, o governo federal deu uma tacadade mestre, um marketing perfeito, politicamente, que o fez crescerpositivamente na opinião pública.

No período maiscrítico para o Rio de Janeiro, durante a realização do Carnaval, quando o Estadoe a cidade carioca recebe milhares de turistas, os bandidos, que tomaram contade tudo, fizeram arrastões, assaltos, assassinatos e tudo o que podiam, semqualquer represália.

O governadorPezão, diga-se de passagem um governante amorfo, uma extensão da quadrilha doex-governador Sérgio Cabral, que se encontra na cadeia por tantos delitos edesvios que cometeu, saiu da cidade, foi descansar.

O outrogovernante, o prefeito Crivela, lavou as mãos e foi para a Europa numa viagemparticular e o que é pior, enviava vídeos falando que lá estava frio,tripudiando do povo, uma gozação de limites.

Foi aí que ogoverno federal aproveitou a oportunidade. Juridicamente, a intervenção podeser arbitrária, pois é um atentado à democracia. Mas, por outro lado, que outrasolução se teria, já que os governantes não tomam atitudes condizentes com arealidade?

E olhe que não foisomente a população do Rio de Janeiro que aprovou a medida. O Brasil inteiroaplaudiu, pois todo mundo fica sensibilizado ao ver nos noticiários que um bebêfoi atingido, ainda na barriga da mãe, por uma bala perdida. Foi uma semana deuma sequência de mortes de crianças por balas perdidas, de tiroteios entrepolícia e bandidos.

Outro ponto. Osecretário da Segurança demissionário alegou que não pode fazer mais paramelhorar o aspecto da segurança por falta de recursos. Ou seja, a polícia, malpreparada, com salários baixos e sem receber, com armas que mais parecem debrinquedo, não tem como enfrentar o crime organizado, que está municiado defuzis automáticos, de alto poder de destruição. Sendo assim, muitos policiaisacabam corrompidos pelos bandidos, que oferecem mais.

Resumindo: Apopulação do Rio de Janeiro ficou numa situação de que “se correr o bicho pega,se ficar o bicho come”. 

Portanto, aintervenção militar na segurança deve ser vista como um fato positivo. Nãomorro de amores pelo atual presidente da República, mas sou obrigado areconhecer que tomou uma atitude extremamente positiva, mesmo contrariando aopinião de muitos.

Resta-nos aguardaros desdobramentos e que as ações militares sejam eficazes para estabelecer apaz no Rio, sem derramamento de sangue, onde vivem milhares de irmãos nossos,brasileiros que trabalham, como nós, para sobreviver neste país que há muitoclama por dias melhores.




últimas