CULTURA

HITCHCOCK

HITCHCOCK

Por Pedro Antonio

Por Pedro Antonio

Publicada há 5 anos


PEDRO ANTONIO NASCIMENTO DE JESUS


No vão da cortina

o vão da cortina

o fim e a vida irão se unir

como golpe certeiro

a faca e o queijo

encena um beijo 

em vísceras do fim

O terno sujo de

manchas vermelhas

esguicha da veia

o sangue vital

em cima do palco 

eu crio

eu mato num take

relato

todo rancor 

em teor visceral


ALCOÓLATRA 


Aos olhos terceiros 

vejo do que me julgam

perdendo toda a culpa

de até não ser isso


Existe tanta coisa por baixo

que fica escancarada a vontade

de chorar deitado no mar de culpa

por coisas que nem fiz 


Não preciso de esmola

não calço botas sujas de redenção

eu não sei o que dizer ou fazer

para que achem melhor 


Não dá pra ser mais do que sou

mesmo que o que eles veem

seja uma figura patética

à mercê de nem sei o quê


DISTORÇÃO ESQUIZOFRÊNICA


Eu vejo milagres inexistentes

que só eu vejo, que só eu sinto

talvez seja a falta de lucidez

que sofro toda vez que me pergunto 

sobre todos os porquês


Vi quem me jurou amor eterno 

sumir de repente por talvez se assustar 

com o que de mim conheceu 

então escolheu não ficar

para se poupar de enlouquecer 


Meu mundo não é compreensível

eu vejo cores em asfaltos escuros

eu vejo almas cruas, despidas 

eu não sou como vocês

eu não calculo o valor da vida


*PEDRO ANTONIO NASCIMENTO DE JESUS, GRADUANDO EM ARTES VISUAIS PELA UNIJALES, É POETA

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