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Fernandópolis gera mais de 2 mil toneladas de lixo por mês

Fernandópolis gera mais de 2 mil toneladas de lixo por mês

Publicada há 6 anos

Livia Caldeira



Duas mil toneladas de lixo domiciliar, 35 toneladas de material reciclável coletado porta a porta e 500 toneladas de resíduos de poda de árvores e jardinagem. Essa é a média de lixo produzido mensalmente pelos fernandopolenses. Meio ambiente e sustentabilidade vêm sendo tema central de diversos debates ultimamente. As graves alterações climáticas, as crises no fornecimento de água devido a falta de chuva e da destruição dos mananciais, o desmatamento e outros problemas ambientais demonstram que é preciso mudar nossa forma de interagir com o meio ambiente. Para explanar sobre o tema, a Reportagem conversou com a atual secretária do Meio Ambiente, Estefani Sugahara, que falou também sobre as ações ambientais que estão sendo realizadas no município atualmente.

 

O EXTRA: Quais ações ambientais foram realizadas recentemente no município?

ESTEFANI: O objetivo principal de todas as ações é informar e conscientizar a população, abordando temas como disposição de todos os tipos de resíduos sólidos, queimadas, biodiversidade, água e esgoto, práticas de um bom cidadão, manejo e conservação do solo e da água, horta sustentável, sustentabilidade, coleta seletiva, arborização urbana, entre outros.


Também foram realizadas diversas atividades entre palestras, entrevistas informativas em emissoras de rádio, visitas técnicas, caminhadas ecológicas, e foi implantado também o piloto do projeto “Plante Verde - Revitalizando Espaços”, onde foi realizado um mutirão de limpeza e plantio de árvores no antigo Ecoponto que está em processo de desativação.


O EXTRA: O que você considera como problema ambiental?

ESTEFANI: O problema ambiental é uma perturbação do meio natural, que ocorre, geralmente, em consequência às ações do homem.

Portanto toda atividade que interfira negativamente, causando desequilíbrio no meio ambiente gera problemas ambientais, como a poluição do solo, água e ar, o desmatamento, o aquecimento global, extinção de espécies, esgotamento do solo, escassez de água, entre outros.


A humanidade moderna é extremamente consumista, em que o impacto ambiental per capta de algumas nações mais ricas equivale ao de muitas pessoas em outras nações mais pobres (troca anual de celulares, consumo de alimentos e energia, etc). Por isso, uma educação em relação ao aumento da eficiência no consumo é extremamente importante para a sustentabilidade.


O EXTRA: Qual é hoje o maior problema ambiental, na sua visão?

ESTEFANI: De forma global existe atualmente uma grande mobilização em relação à “Política  dos 5 R’s”que trata da necessidade urgente em se repensar, reduzir o consumo, reutilizar e reciclar materiais, e recusar produtos que gerem impactos socioambientais significativos.  As vantagens dessas práticas estão na redução da extração de recursos naturais; Redução dos resíduos nos aterros e o aumento da sua vida útil; Redução dos gastos do poder público com o tratamento do lixo; Redução do uso de energia nas indústrias e intensificação da economia local.

No âmbito Municipal o maior desafio que possuímos atualmente ainda está relacionado à disposição inadequada dos resíduos sólidos em geral e também às queimadas, que são muito frequentes em nossa região no período de estiagem. Estas ações trazem diversos prejuízos diretos e indiretos ao meio ambiente, socioeconômicos, ao conforto e saúde pública. 


O EXTRA: Vários países querem proibir materiais plásticos de uso único em objetos cotidianos e para os quais existem alternativas sustentáveis. A ideia é acabar com garrafas e embalagens plásticas e canudinhos. Por que eles representam uma ameaça ao meio ambiente? Você considera o plástico como o maior desafio ambiental do século XXI?


ESTEFANI: O plástico descartável está incorporado em nossas vidas diárias, devido a seu baixo custo, conveniência e leveza. Trata-se de um material consumido em larga escala e que pode demorar mais de 400 anos para se decompor. Agora está claro que essa conveniência teve um impacto catastrófico no meio ambiente. Segundo dados da ONU, Todos os anos, 8 milhões de toneladas de plástico entram nos nossos oceanos, ameaçando a vida marinha e humana e destruindo os nossos ecossistemas naturais.


Para se ter uma ideia, globalmente são utilizadas de 500 bilhões a 1 trilhão de sacolas plásticas por ano, 1 milhão de garrafas plásticas são compradas a cada minuto, 50% dos plásticos consumidos são utilizados uma única vez, chegando por volta de 13 milhões de toneladas de plástico por ano aos oceanos.

Acabar com a Poluição Plástica é o tema de campanha da ONU neste ano, e trata-se de um dos maiores desafios ambientais do nosso tempo. As estatísticas mostram que, se nada for feito, haverá mais plástico nos oceanos do que peixes até 2050, pois boa parte deste material é descartado inadequadamente, indo para os oceanos e causando diversos problemas. O objetivo da campanha é trazer conscientização para que as pessoas reconsiderem o uso de plástico descartável, gerando soluções e inspirando novos comportamentos.


O EXTRA: Quantas toneladas de lixo Fernandópolis gera por mês? 

ESTEFANI: Fernandópolis gera uma média mensal de 2000 toneladas de lixo domiciliar e 35 toneladas de material reciclável coletado porta a porta. São recolhidas pela Secretaria de Meio Ambiente, por mês, uma média mensal de 43 quilos de pilhas e baterias, uma caçamba de lixo eletrônico e 500 toneladas de resíduos de poda de árvores e jardinagem. O Município destina aproximadamente 3264 litros de óleo usado por mês. No distrito ambiental é feita a triagem e destinação ambientalmente adequada de aproximadamente 1054m³ de resíduos da construção civile aproximadamente 2000 pneus.


O EXTRA: Qual é a importância da reciclagem para o meio ambiente e seres humanos?

ESTEFANI: Com a execução da reciclagem contribui-se para a redução da extração de recursos naturais, diminui-se a poluição e minimiza-se os impactos ambientais causados pela disposição inadequada do lixo, além de gerar economia nos custos de produção, aproveitando o que era lixo como matéria prima, com transporte e disposição dos materiais em aterros sanitários, ocasionando também o aumento de sua vida útil.


O EXTRA: Como funciona a coleta seletiva na cidade?

ESTEFANI: Em Fernandópolis existe a Coleta Seletiva de materiais recicláveis disponibilizado para 100% do Município. A coleta ocorre em dias alternados com a coleta de lixo domiciliar comum. O material coletado é destinado à ACARF, Associação dos Catadores de Reciclagem de Fernandópolis, que funciona como centro de triagem e destinação de materiais recicláveis e reverte a renda obtida com a venda dos materiais aos seus associados. Mas para que o programa de reciclagem atinja seus objetivos precisamos que 100% da população faça a separação dos recicláveis.


A atual secretária do Meio Ambiente Estefani Sugahara

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