POESIA

Hermes

Hermes

Publicada há 5 anos

Antônio Carlos Policer



E, por fim,

a vida é isto:

isso.

Nada além do que há

e do que pode vir a ser.

Nada! Contenta

com o chão sob teus pés

e com os astros

em órbita.

O líquido não toma senão

a forma da fôrma

em que está contido.

Exatamente!

Derrama a palavra no copo

e embriaga do seu sema:

semente.

Doces ilusões: a redoma

é indestrutível!

Tange o que é tangível

e guarda o que não é:

abstrato, absurdo.

De onde a matéria-prima?

Que régua e compasso?

Um sopro, e a ferida aberta. Ave!

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