Antônio Carlos Policer
E, por fim,
a vida é isto:
isso.
Nada além do que há
e do que pode vir a ser.
Nada! Contenta
com o chão sob teus pés
e com os astros
em órbita.
O líquido não toma senão
a forma da fôrma
em que está contido.
Exatamente!
Derrama a palavra no copo
e embriaga do seu sema:
semente.
Doces ilusões: a redoma
é indestrutível!
Tange o que é tangível
e guarda o que não é:
abstrato, absurdo.
De onde a matéria-prima?
Que régua e compasso?
Um sopro, e a ferida aberta. Ave!