Em dois anos de operação, R$ 50 milhões de empresas exportadoras de madeira foram bloqueados. Além disso, 30 pessoas - entre empresários, madeireiros e agentes públicos de fiscalização - foram presas, incluindo o ex-presidente do Ibama no Amazonas, José Leland Barroso. Todavia, todos respondem em liberdade atualmente.
Segundo o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, a operação atua em duas frentes. "Nós conseguimos atacar em duas vertentes. A vertente da causa que é a corrupção, que são planos de manejo fraudados, e de outro lado nós conseguimos também atingir a consequência disso", disse.
AVANÇO TECNOLÓGICO
A Polícia Federal utiliza um satélite que realiza o monitoramento online do desmatamento. Com ele, as equipes acompanham 60% do território no Sul do Amazonas, com cem mil quilômetros quadrados, considerado o ponto mais crítico.
A média de desmatamento na região é de 25 km² por semana. Em julho, o índice chegou a 15 km². Já em maio deste ano, houve um pico de 40 km².
"Nós precisamos de uma tecnologia que nos permita agir com mais celeridade e alcançar o criminoso no tempo da ocorrência do delito. Então, nós saímos de uma situação de reação para também de prevenção", comentou Saraiva.
Para o procurador da república, Leonardo Galiano, a prática do desmatamento e comércio ilegal de madeira possui beneficiados e prejudicados.
"Existem tantas pessoas prejudicadas, quanto pessoas beneficiadas com essa atividade sistêmica criminosa. Os beneficiários, claro, são facilmente identificados e evidentemente punidos, seja com prisões imediatas, seja com as ações penais e ações civis. O grande prejudicado com essa atividade, infelizmente é a sociedade brasileira. Porque a floresta amazônica não é um bem a ser apropriado, mas sim um bem a ser devidamente explorado, a ser devidamente gerido pelo estado brasileiro com o intuito de promover o progresso", avaliou.