Funcionários abraçando o prédio da Santa Casa de Fernandópolis esperançosos no salvamento da Instituição

Da Redação

Quando assumiu a administração da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis em maio de 2017, a OS de Andradina herdou dívidas registradas no valor exato de R$30.317.957,88. Dentre todas as questões a serem analisadas e solucionadas, a mais urgente era a relativa ao salário dos colaboradores.

Além dos atrasos corriqueiros, com pagamentos ocorrendo sempre após o dia 25 de cada mês, ou seja, sempre com mais de 20 dias de atraso, o 13º salário de 2015, de forma integral, e 40% do de 2016, ainda estavam em débito.

Perante a situação, a nova diretoria, comandada pelo provedor Fernando Zanqui, realizou uma análise minuciosa das dívidas do hospital para assim, traçar estratégias que pudessem salvar a Santa Casa e honrar o pagamento dos funcionários. 

Depois da primeira análise, foram encontradas mais dívidas pertencentes a gestões passadas e que também entraram no montante da dívida atual, aumentando o valor para exatos R$33.681.214,80.

Com todas as contas bloqueadas e sem direito a certidões, o que impossibilitava a Santa Casa de firmar novos convênios, uma imersão da gestão foi necessária para solucionar tantos problemas. 

Com alguns cortes de receita e também adequações financeiras, em agosto de 2017, o pagamento dos 40% do 13º terceiro de 2016 foi regularizado. Em outubro do mesmo ano a administração realizou uma tratativa com os funcionários.  O sindicato que os representa, bem como com o juiz da Vara do Trabalho, em acordo, registrou acerto para que a dívida do 13º de 2015 fossem quitadas, pois havia uma ação contra a Santa Casa de Misericórdia de Fernandópolis que crescia com multas e juros na importância de mais de 5 milhões de reais. 

Após reunião com o juiz do trabalho e o levantamento financeiro, foi realizado uma proposta para todos os funcionários de que a Santa Casa poderia pagar o valor do salário que seria recebido no ano de 2015 corrigidos em 35%.

A proposta foi aceita pelos funcionários em Assembleia Geral que contou com a presença do Sindicato dos Trabalhadores. Todos foram comunicados que abririam mão dos valores da ação, já que o pagamento integral das mesmas não estavam no alcance financeiro da Santa Casa. Todos aceitaram e receberam no mês de novembro de 2017, deixando a instituição livre das dívidas com os funcionários.

Em 2018 os funcionários tiveram 5,69% de aumento em seus vencimentos, pois não recebiam dissídio dos salários a 2 anos.

Para 2019, a primeira parcela do 13º salário foi paga aos funcionários no mês de seus aniversários, ficando menos oneroso ao hospital o pagamento de segunda parcela no mês de dezembro. Até novembro deste ano os salários foram pagos em dia.

Sobre as ações trabalhistas ainda restantes, todas as providências judiciais estão em andamento e cabem agora a orientação do novo corpo administrativo.