MINUTINHO
Palavra Crise
Por Bezerra de Menezes
“Filhos amados. A palavra crise vem sendo pronunciada constantemente por meus irmãos na Terra. De fato, o momento é de crise inegável nos mais variados campos da atividade humana. Mas nada se encontra fora do controle do Pai que nos ama, e se Ele permite a existência de turbulências é para que possamos extrair as lições para o nosso amadurecimento.
Na crise econômica, aprendamos a viver com mais simplicidade.
Na crise da solidão, aprendamos a ser mais solidários.
Na crise ética, tenhamos posturas mais justas.
Na crise do preconceito, aprendamos a respeitar mais os irmãos que pensam diferente de nós.
Na crise espiritual, fiquemos mais pertos de Deus pela fé e oração.
Na crise do ressentimento, perdoemos um pouco mais.
Na crise da saúde, guardemos mais equilíbrio em nossas atitudes.
Na crise do amor, deixemos o nosso coração falar mais alto do que o egoísmo.
Momento de crise é momento de um passo adiante. Retroceder, rebelar ou estacionar, nunca. A crise pede avanço. E se a crise chegou para cada um de nós, é hora de levantar, mudar e seguir em frente na construção de um novo tempo de amor e paz.”
CRÔNICA
Servidores de Deus
Por Redação do Momento Espírita
Numa sala de audiências do Vaticano, o papa João Paulo II recebeu a visita de uma das mais altas autoridades religiosas do judaísmo, Israel Meir Lau, o grão rabino do Estado de Israel.
O papa já se encontrava com a síndrome de Parkinson, por isso foi pedido que a entrevista não se alongasse em demasia.
O rabino tomou a palavra e iniciou interessante relato:
Em 1942, numa aldeia no norte da Polônia, os nazistas, fazendo a seleção dos judeus para os campos de extermínio, levaram um pai de família.
A esposa, que ficara com um filho de apenas dois anos, temeu ser a próxima vítima e decidiu salvar o filho.
Muito amiga de uma mulher católica, a procurou para que adotasse o seu menino.
A senhora pensou um pouco e concordou. Nesse exato momento, a dama judia lhe fez um pedido:
“Meu filho é judeu e tenho certeza de que ele veio a Terra para uma missão muito especial. Então, quando essa guerra acabar, e um dia haverá de acabar, eu peço que mande meu filho para Israel, para que ele possa desenvolver o ministério que Jeová lhe destinou”.
Ante a concordância da amiga, ali ficou a criança.
Naquela semana, a mãe judia foi levada para o campo de extermínio.
O tempo passou. Acabou a guerra. Quando a criança completou seis anos, em 1946, a mãe adotiva o desejou batizar na igreja de sua fé.
Mas, lembrou-se da promessa. E agora, o que fazer?
Então, ela procurou o pároco da sua aldeia para se aconselhar.
Depois de ouvi-la, ele lhe deu uma resposta rápida e segura:
“Como cristã, você não pode defraudar a confiança que aquela mulher levou ao túmulo. Assim, você deve mandar o menino para Israel, conforme se comprometeu”.
Com o coração em frangalhos, ela se despediu do filho adotivo e o encaminhou a Israel. Manteve correspondência com ele, visitou-o várias vezes.
Então, Santidade, quero lhe dizer que aquele menino se tornou um rabino. Aquele menino sou eu.
O fato pareceu muito interessante a Karol Wojtyla, mas passou a ser realmente comovedor quando o grande rabino concluiu:
Sua Santidade sabe o que é mais importante nisso tudo? Sabe quem foi o sacerdote que aconselhou aquela mulher, naquele ano de 1946?
Aquele sacerdote era Sua Santidade, na época pároco da aldeia.
Os dois se abraçaram, envolvendo-se em lágrimas.
Um era o representante da nação católica. Outro, um rabino israelense, reverenciado por judeus e não judeus no mundo inteiro.