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Taxas de juros para crédito sobem pelo 23º mês seguido

Taxas de juros para crédito sobem pelo 23º mês seguido

No cartão de crédito, a taxa subiu 0,07 pp, para 15,29% ao mês (451,44% ao ano) em agosto, o maior nível desde outubro de 1995

No cartão de crédito, a taxa subiu 0,07 pp, para 15,29% ao mês (451,44% ao ano) em agosto, o maior nível desde outubro de 1995

Publicada há 7 anos


Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados



Da Redação


Os juros das operações de crédito para pessoas físicas e jurídicas subiram, no mês passado, aos maiores patamares desde o início da década de 2000. Segundo pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), as taxas avançaram em agosto pelo 23º mês consecutivo.

No caso das pessoas físicas, houve aumento nos juros em cinco das seis linhas pesquisadas (juros do comércio; cartão de crédito rotativo; cheque especial; empréstimo pessoal-bancos; e empréstimo pessoal-financeiras). No caso do CDC-financiamento de veículos, houve estabilidade. O juro médio subiu 0,04 ponto percentual (pp) em agosto ante julho, para 8,13% ao mês (155,48% ao ano), o maior nível desde agosto de 2003.


No cartão de crédito, a taxa subiu 0,07 pp, para 15,29% ao mês (451,44% ao ano) em agosto, o maior nível desde outubro de 1995. Em relação aos juros do comércio (crediário), houve alta em todos os 12 tipos de lojas pesquisadas, com a média geral subindo 0,02 pp, para 5,86% ao mês (98,05% ao ano). No geral, a taxa mais alta foi registrada em Minas Gerais, com 5,97% ao mês (100,54% ao ano).


Entre as pessoas jurídicas, houve alta nas três linhas pesquisadas (capital de giro; desconto de duplicatas, e conta garantida). O juro médio avançou 0,03 pp no mês passado ante o anterior, para 4,75% ao mês (74,52% ao ano), o patamar mais alto desde agosto de 2003. No caso da conta garantida, a taxa subiu 0,06 pp, para 8,29% ao mês (160,05% ao ano), o patamar mais elevado desde o início da série histórica, em 1995. Segundo a Anefac, as altas podem ser atribuídas a alguns fatores, como o cenário macroeconômico que aumenta o risco de elevação da inadimplência.


“Este cenário se baseia no fato dos índices de inflação mais elevados, aumento de impostos e juros maiores reduzirem a renda das famílias. Agregado a isto a recessão econômica, que deve promover o crescimento dos índices de desemprego”, diz o diretor executivo de estudos da Anefac, Miguel José Ribeiro de Oliveira.


Para ele, é possível que os juros continuem subindo nos próximos meses. “Mas sempre existe a expectativa de que o Banco Central possa vir a reduzir a taxa básica de juros (Selic) nos próximos meses e este fato pode igualmente contribuir para a redução das taxas de juros das operações de crédito”, pondera.


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