O ciclo da violência

O ciclo da violência

De um general até um pobre cão acorrentado: uma história

De um general até um pobre cão acorrentado: uma história

Publicada há 4 anos

MINUTINHO

Oração Nossa

Por: Emmanuel/Chico Xavier

Senhor ensina-nos a orar, sem esquecer o trabalho. 

A dar, sem olhar a quem. 

A servir, sem perguntar até quando...

A sofrer, sem magoar, seja quem for.

A progredir, sem perder a simplicidade.

A semear o bem, sem pensar nos resultados...

A desculpar, sem condições.

A marchar para frente, sem contar os obstáculos. 

A ver sem malícia...

A escutar, sem corromper os assuntos. 

A falar, sem ferir. 

A compreender o próximo, sem exigir entendimento...

A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração. 

A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento...

Senhor, fortalece em nós, a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros, para com as nossas próprias dificuldades...

Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós...

Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir seus desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.

CRÔNICA

O ciclo da violência

Baseada e estudo de Alberto Almeida

Conta-se que certo general passou a noite inteira sem conseguir pregar o olho. Pela manhã, estava muito irritado e chegando ao quartel, mal viu o coronel, dirigiu-lhe palavras rudes de admoestação, por coisa nenhuma.

O coronel engoliu em seco a própria raiva, pois não podia externar o que lhe ia à intimidade ao seu superior. Saiu da sala e, encontrando o tenente no corredor, gritou com ele, falando da sua incompetência em resolver questões de somenos importância no quartel.

O tenente ficou vermelho. Sentiu o sangue quase explodir no cérebro, mas mordeu a língua para não se alterar com o seu comandante. Bateu continência e foi para o pátio, onde encontrou o sargento, que se preparava para os exercícios com seus subordinados.

Asperamente se dirigiu a ele, deixando-o com muita raiva. O sargento esperou que o tenente se afastasse, rodou sobre os calcanhares e se encaminhou até o cabo, que lhe recebeu toda a agressividade guardada.

O cabo não gostou de ser xingado por algo que não fizera. E acabou despejando a sua ira no primeiro soldado que encontrou, a caminho do seu alojamento. Reclamou de tudo, deixando o pobre homem arrasado.

Como o soldado estava em final de expediente, saiu do quartel e se dirigiu ao terminal de ônibus. Quando subiu no coletivo, perdeu a calma com o cobrador que disse não ter troco para a nota que ele apresentou.

Imagem ilustrativa. Fonte: ALESP/Ingimage

O motorista do ônibus assistiu tudo, tomou as dores do cobrador, mas, com medo de reagir porque a pessoa em questão era um militar, se calou.

Contudo, quando chegou a casa, trazia dentro de si toda a raiva que segurara durante as últimas horas de trabalho e, porque a esposa demorasse em colocar a comida à mesa, ele lhe dirigiu palavras inadequadas, grosseiras e ofensivas.

O motorista era um homem grande e ela miúda, por isso ela achou mais prudente ficar quieta. Entretanto, ao passar pelo seu quarto, viu a filha de oito anos mexendo no seu estojo de maquiagem. Era algo que ela fazia sempre.

Mas, naquele dia, a mulher se encolerizou, brigou com a garota, e a mandou para o quintal. A menina não entendeu a reação da mãe e foi despejar toda a sua raiva num cão que estava amarrado, nos fundos da sua casa.

O pobre animal sentiu o pontapé e recebeu a carga negativa que a criança despejou.

Como não tinha nada mais a fazer, externou a sua vontade de morder, de reagir, uivando a noite inteira.

Adivinhem quem morava na casa ao lado e não conseguiu dormir? Isso mesmo! O general do começo da história.


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