MINUTINHO
Oração Nossa
Por: Emmanuel/Chico Xavier
Senhor ensina-nos a orar, sem esquecer o trabalho.
A dar, sem olhar a quem.
A servir, sem perguntar até quando...
A sofrer, sem magoar, seja quem for.
A progredir, sem perder a simplicidade.
A semear o bem, sem pensar nos resultados...
A desculpar, sem condições.
A marchar para frente, sem contar os obstáculos.
A ver sem malícia...
A escutar, sem corromper os assuntos.
A falar, sem ferir.
A compreender o próximo, sem exigir entendimento...
A respeitar os semelhantes, sem reclamar consideração.
A dar o melhor de nós, além da execução do próprio dever, sem cobrar taxas de reconhecimento...
Senhor, fortalece em nós, a paciência para com as dificuldades dos outros, assim como precisamos da paciência dos outros, para com as nossas próprias dificuldades...
Ajuda-nos para que a ninguém façamos aquilo que não desejamos para nós...
Auxilia-nos, sobretudo, a reconhecer que a nossa felicidade mais alta será, invariavelmente, aquela de cumprir seus desígnios onde e como queiras, hoje, agora e sempre.
CRÔNICA
O ciclo da violência
Baseada e estudo de Alberto Almeida
Conta-se que certo general passou a noite inteira sem conseguir pregar o olho. Pela manhã, estava muito irritado e chegando ao quartel, mal viu o coronel, dirigiu-lhe palavras rudes de admoestação, por coisa nenhuma.
O coronel engoliu em seco a própria raiva, pois não podia externar o que lhe ia à intimidade ao seu superior. Saiu da sala e, encontrando o tenente no corredor, gritou com ele, falando da sua incompetência em resolver questões de somenos importância no quartel.
O tenente ficou vermelho. Sentiu o sangue quase explodir no cérebro, mas mordeu a língua para não se alterar com o seu comandante. Bateu continência e foi para o pátio, onde encontrou o sargento, que se preparava para os exercícios com seus subordinados.
Asperamente se dirigiu a ele, deixando-o com muita raiva. O sargento esperou que o tenente se afastasse, rodou sobre os calcanhares e se encaminhou até o cabo, que lhe recebeu toda a agressividade guardada.
O cabo não gostou de ser xingado por algo que não fizera. E acabou despejando a sua ira no primeiro soldado que encontrou, a caminho do seu alojamento. Reclamou de tudo, deixando o pobre homem arrasado.
Como o soldado estava em final de expediente, saiu do quartel e se dirigiu ao terminal de ônibus. Quando subiu no coletivo, perdeu a calma com o cobrador que disse não ter troco para a nota que ele apresentou.
Imagem ilustrativa. Fonte: ALESP/Ingimage
O motorista do ônibus assistiu tudo, tomou as dores do cobrador, mas, com medo de reagir porque a pessoa em questão era um militar, se calou.
Contudo, quando chegou a casa, trazia dentro de si toda a raiva que segurara durante as últimas horas de trabalho e, porque a esposa demorasse em colocar a comida à mesa, ele lhe dirigiu palavras inadequadas, grosseiras e ofensivas.
O motorista era um homem grande e ela miúda, por isso ela achou mais prudente ficar quieta. Entretanto, ao passar pelo seu quarto, viu a filha de oito anos mexendo no seu estojo de maquiagem. Era algo que ela fazia sempre.
Mas, naquele dia, a mulher se encolerizou, brigou com a garota, e a mandou para o quintal. A menina não entendeu a reação da mãe e foi despejar toda a sua raiva num cão que estava amarrado, nos fundos da sua casa.
O pobre animal sentiu o pontapé e recebeu a carga negativa que a criança despejou.
Como não tinha nada mais a fazer, externou a sua vontade de morder, de reagir, uivando a noite inteira.
Adivinhem quem morava na casa ao lado e não conseguiu dormir? Isso mesmo! O general do começo da história.