Aproveite o dia! Por: Walter Whtiman

Aproveite o dia! Por: Walter Whtiman

"Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem"

"Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem"

Publicada há 3 anos

MINUTINHO

Aproveite o dia

Por: Walter Whtiman

Aproveita o dia,

Não deixes que termine sem teres crescido um pouco.

Sem teres sido feliz, sem teres alimentado teus sonhos.

Não te deixes vencer pelo desalento.

Não permitas que alguém te negue o direito de expressar-te, que é quase um dever.

Não abandones tua ânsia de fazer de tua vida algo extraordinário.

Não deixes de crer que as palavras e as poesias sim podem mudar o mundo.

Porque passe o que passar, nossa essência continuará intacta.

Somos seres humanos cheios de paixão.

A vida é deserto e oásis.

Nos derruba, nos lastima, nos ensina, nos converte em protagonistas de nossa própria história.

Ainda que o vento sopre contra, a poderosa obra continua, tu podes trocar uma estrofe.

Não deixes nunca de sonhar, porque só nos sonhos pode ser livre o homem.

Não caias no pior dos erros: o silêncio.

A maioria vive num silêncio espantoso. Não te resignes, e nem fujas.

Valorize a beleza das coisas simples, se pode fazer poesia bela, sobre as pequenas coisas.

Não atraiçoes tuas crenças.

Todos necessitamos de aceitação, mas não podemos remar contra nós mesmos.

Isso transforma a vida em um inferno.

Desfruta o pânico que provoca ter a vida toda a diante.

Procures vivê-la intensamente sem mediocridades.

Pensa que em ti está o futuro, e encara a tarefa com orgulho e sem medo.

Aprendes com quem pode ensinar-te as experiências daqueles que nos precederam.

Não permitas que a vida se passe sem teres vivido… 

 CRÔNICA

Os dois semblantes

Por: Autoria desconhecida

Certa vez, ainda na Idade Média, sob a áurea das trevas, um grande artista, dentre tantos, foi escolhido para pintar um quadro à óleo que seria utilizado para ornamental uma igreja de Roma. A tela teria por tema toda a vida de Jesus Cristo.

Assim, durante meses a fio, e sem descanso, dedicou-se o pintor à execução do quadro. Quando, porém, faltava pouco para terminar, foi forçado a parar. É que faltavam dois modelos importantíssimos, justamente aqueles que deveriam representar o Menino Jesus e o Judas Iscariote. Rapidamente o artista pôs-se a procurar, pelas ruas, pessoas que pudessem personificar, plasticamente, os dois modelos.

Começou a busca em sua própria cidade. Percorreu todas as ruas, procurou em todos os bairros. Andou muito, viajou muito. Examinou, linha por linha, centenas de rostos de meninos e de homens, sem que nenhum deles apresentasse as características que exigia para os personagens de seu quadro. Foi então que retornando a sua terra natal, percorrendo novamente um velho bairro da cidade, viu um pequeno de doze anos, com semblante de rara beleza e extraordinária meiguice. Era justamente o que procurava – concluiu.

 O pintor exultou de alegria. Enfim, poderia continuar seu trabalho. E, de imediato solicitou permissão aos pais do menino e pôs mãos à obra novamente.

Durante dias, e dias o garoto pousou pacientemente até que seus lindos traços fisionômicos passaram para a tela do pintor. Encerrada a pintura, satisfeito declarou:

- A beleza e a candura de sua alma estão refletidas em seu rosto.

Encerrada a etapa, o pintor então começou a fazer buscas, agora na esperança de encontrar quem lhe servisse de modelo para a imagem de Judas.

Novas caminhadas... Novas indagações... Novos semblantes em desfile... Mas ninguém satisfazia às exigências do artista. A bela obra paralisada aguardava o seu último personagem, para ser exposta aos olhares do público. E tudo indicava que tão cedo não seria terminada.

De fato os dias foram se escoando, os meses sucedendo-se um ao outro, os anos também se passaram e o quadro continuava no mesmo.

O pintor já desanimava, quando um dia, ao passar por um bar, pouco recomendável, viu aparecer à porta um pobre homem esfarrapado, magro, sentado ao balcão. Estava completamente embriagado. O pintor aproximou-se e condoído, estremeceu de horror e emoção. Aquela fisionomia ainda moça, porém marcada impiedosamente pelo vício, ajustava-se com precisão à sua tela inacabada! Encontrara, afinal, o seu Judas Iscariote.

- Venha comigo, que eu cuidarei de você – afirmou o pintor, que se pôs, dia e noite, a completar a tela.

E coisa estranha acontecia à medida que o trabalho avançava. O modelo, pouco a pouco, demonstrava desalentadora tristeza. O pintor percebia a transformação, mas nada comentava. Até que num dia, notando que lágrimas silenciosas deslizavam daqueles olhos encovados, interrompeu o trabalho e indagou, interessado:

- Meu filho, por que se aflige tanto? Em que lhe posso ajudar?

Desatando a chorar, o modelo cobriu o rosto com as mãos. Passados instantes, olhou para o pintor e, timidamente, falou:

 - Não se lembra de mim? Há muitos anos, pousei para o senhor. Eu era o seu menino Jesus!


últimas