MINUTINHO
O efeito da cólera
Por: Meimei
Um velho judeu, de alma torturada por pesados remorsos chegou certo dia, aos pés de Jesus e confessou-lhes estranhos pecados. Valendo-se da autoridade que detinha no passado, havia despojado vários amigos de suas terras e bens, arremessando-os à ruína total e reduzindo-lhes as famílias a doloroso cativeiro. Com maldade premeditada, semeara em muitos corações o desespero, aflição e a morte.
Achava-se desse modo, enfermo, aflito e perturbado. Médicos não lhe solucionavam os problemas, cujas raízes se perdiam nos profundos labirintos da consciência dilacerada.
O mestre Divino, porém ali mesmo na casa de Simão Pedro, onde se encontrava, orou pelo doente e, em seguida disse-lhe:
- Vai em paz e não peques mais.
O ancião notou que uma onda de vida nova lhe penetrara o corpo, sentiu-se curado e saiu rendendo graças a Deus. Parecia plenamente feliz, quando ao atravessar a extensa fila dos sofredores que esperavam pelo Cristo à frente da casa de Simão, um pobre mendigo, sem querer pisou-lhe num dos calos que trazia nos pés. O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atacou o mendigo a bengaladas. Estabeleceu-se grande tumulto. Jesus veio à rua apaziguar os ânimos. Contemplando a vítima das bengaladas em sangue, abeirou-se do ofensor recém-curado e falou:
- Depois de receberes o perdão em nome de Deus, para tantas faltas, não pudeste desculpar a ligeira precipitação de um companheiro mais desventurado que tu?
O velho judeu, agora muito pálido pôs as mãos sobre o peito e bradou para o Cristo:
- Mestre, socorre-me... Sinto-me desfalecer que será isto?
Mas, Jesus apenas respondeu muito triste:
- Isso irmão é o ódio e a cólera que outra vez chamaste ao próprio coração.
E, ainda hoje, isso acontece a muitos que, por falta de paciência e amor, amargura, perturbação e enfermidade.
CRÔNICA
Prova de amor
Por: Autoria desconhecida
Um senhor de idade chegou a um consultório médico, pra fazer um curativo em sua mão, na qual havia um profundo corte. Muito apressado pediu urgência no atendimento, pois tinha um compromisso.
O médico que o atendia, curioso perguntou o que tinha de tão urgente pra fazer.
O simpático velhinho lhe disse que todas as manhãs ia visitar sua esposa que estava em um abrigo para idosos, com mal de Alzheimer muito avançado.
O médico muito preocupado com o atraso do atendimento disse:
- Então hoje ela ficará muito preocupada com sua demora?
No que o senhor respondeu:
- Não, ela já não sabe quem eu sou. Há quase cinco anos que não me reconhece mais.
O médico então questionou:
- Mas então para quê tanta pressa e necessidade em estar com ela todas as manhãs, se ela já não o reconhece mais?
O velhinho então deu um sorriso e batendo de leve no ombro do médico e respondeu:
- Ela não sabe quem eu sou… Mas eu sei muito bem quem ela é!